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quarta-feira, 8 maio, 2024

Louveira dá exemplo de programas de sustentabilidade

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Em janeiro de 2013, Nicolau Finamore Junior assinou o termo de posse de prefeito de Louveira. Seguiu a mesma trajetória de seu pai, prefeito da cidade duas vezes, mas com uma realidade diferente – uma cidade com problemas, como construções inacabadas, um modelo de gestão centralizador e falta de planejamento a longo prazo.
Dois anos e meio depois, a cidade está transformada. Junior Finamore, como é mais conhecido, casado com dona Marlene e pai de Paulo e Fábio, deixou os negócios particulares para a família e dedica-se exclusivamente à prefeitura. Durante muitos anos dedicou-se à agricultura, plantando verduras e morango, que agora prestigia como pode.
“A primeira coisa que fizemos, conta ele, foi uma reforma administrativa. Criamos as secretarias do Meio Ambiente, de Água e Esgoto, de Segurança Pública e desmembramos a Cultura, que cuidava também do Esporte, criando a secretária de Esportes. Além disso, criamos também um plano de cargos e salários”.
Com a casa em ordem, começou o planejamento. Água era um problema e tanto para Louveira. Bairros centrais e considerados nobres precisavam ser abastecidos com caminhões-pipa. A prefeitura não sabia por onde passavam os canos de água e esgoto – não havia plantas, e boa parte da rede precisou ser refeita.
“O desperdício de água era de assustar, diz ele. Metade da água tratada se perdia por causa dos vazamentos. Tomamos algumas medidas, como substituição de materiais, evitando as juntas nos canos, refizemos parte da rede e agora perseguimos a meta de chegar ao aceitável, que é de 15% de perda”.
Apesar da escassez, Louveira não precisou fazer racionamento. Finamore está construindo nove reservatórios – sete deles com 1,5 milhão de litros cada. Quatro são na região central. Além disso, está brigando para conseguir outorga (licença) para captar água do Capivari. Mas o melhor está para chegar.
“Já estamos lançando concorrência para construir uma represa que armazenará 600 milhões de litros de água – conta ele. Além disso, a nova Estação de Tratamento de Água já está em fase de testes e logo entra em operação. “Ela terá capacidade de tratar 250 litros de água por segundo, o suficiente para suprir uma cidade de 100 mil habitantes- explica. E Louveira tem hoje 43 mil habitantes”.
Se água era problema, esgoto maior ainda. “Temos uma estação de tratamento de esgotos que mesmo inaugurada, nunca funcionou. Tem inúmeros problemas de vazamento, e estamos refazendo tudo. Nossa meta é tratar 100% do esgoto coletado na cidade”, explica Finamore. Os gastos com o setor devem chegar a 200 milhões de reais.
O prefeito adotou medidas também para proteger os mananciais e incentivar a permanência do agricultor no campo. A Lei dos Mananciais, por exemplo, impõe limites de utilização, tanto para indústrias – e Louveira só aceita indústrias não poluentes – quanto para loteamentos. Além disso, os agricultores nessas áreas recebem R$ 1.500 por ano por hectare, desde que cumpram algumas regras.
Outro programa, o Promif (Programa Municipal de Incentivo à Agricultura Familiar) é o primeiro do Brasil a conceder tanto incentivo: a prefeitura paga R$ 4.000 por hectare, por ano, em culturas perenes, ao agricultor que observe as regras, como o descarte de embalagens de defensivos agrícolas e que faça o manuseio sustentável.
O cuidado com a natureza vai mais longe. “Pretendemos também dar incentivo a outras áreas, uma vez que Louveira tem muitas matas dentro do perímetro urbano. Uma das medidas é a isenção do IPTU”, explica Finamore.
A agricultura é tradição na cidade, mas há sintonia também com a industrialização. Empresas têm deslocado para lá seus centros logísticos. E não são empresas pequenas. Estão em Louveira, por exemplo, a DHL, a Microsoft, Magazine Luíza, Procter & Gamble, Bosch e Unilever. “Mas continuamos plantando nossa uva Niagara, nosso figo, nosso caqui”, brinca o prefeito.
O fato de ter boa arrecadação possibilita à prefeitura oferecer muito aos seus cidadãos. Estudantes, por exemplo, recebem uniforme, transporte e material escolar de primeira. Quem estuda fora ganha transporte e pode ganhar também bolsa de estudo. Professores são bem pagos, assim como os demais funcionários – o último concurso teve mais de três mil inscritos.
Para facilitar o acesso aos serviços, foi criado o Cartão Cidadão, já utilizado por 80% dos moradores da cidade. O cartão tem todas as informações, o que torna o atendimento muito rápido. E alguns serviços podem ser feitos sem o cartão – é uma das poucas cidades com identificação por biometria, e identifica o cidadão por sua impressão digital.
Além disso, a própria prefeitura está bancando a construção de quase 200 casas no bairro Santo Antonio. Já comprou a área do lado para que a CDHU construa apartamentos. Também comprou outra área para outras 400 casas do programa Minha Casa Minha Vida, atrás da Santa Casa.
Quer mais? Vai ampliar a Área de Lazer do Trabalhador, onde já acontecem os eventos da cidade, para transformá-la num grande parque. O problema urgente agora é a Santa Casa, que foi ampliada, inaugurada, mas está cheia de problemas de projeto e construção. “Os técnicos recomendaram que 85% da área ampliada seja demolida. “Vai ficar muito mais barato demolir o que está errado e fazer tudo de novo do que tentar consertar o que está mal feito”, afirma Junior Finamore.

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