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sexta-feira, 26 abril, 2024

Entre fusas, colcheias e claves

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Música é algo simples – são apenas sete notas, cujo tom pode estar em claves de Sol, de Dó ou de Fá. A duração de cada nota está representada em símbolos, como as fusas, semi fusas, colcheias e semi colcheias. Para colocar letra nessas músicas, também é algo simples: o alfabeto tem 26 letras – depende da maneira como essas letras ficam dispostas.
Logo, o segredo para uma boa música é casar uma boa melodia com uma boa letra. Certo? Não. Nossos compositores estão cada dia mais chatos, sem criatividade e voltados única e exclusivamente para o lucro. Fazem músicas medíocres, letras idiotas – coisas facilmente assimiladas por gente mais ignorante ainda.
E isso serve para todos os gêneros. Desde o sertanejo (ou seria sertanojo?) universitário, passando pelo funk e chegando às músicas de Carnaval. Temos tantas pérolas que fica impossível numerá-las. Quem não se lembra da Eguinha Pocotó? Do Lepo-lepo? Neste ano apareceu coisa pior, a Tra Tra Tra. E o povo cantou. Ou grunhiu.
Agora uma pausa. Dizem que os mais velho são chatos, porque ficam recordando coisas de sua época. Não são chatos por isso. Nas “coisas de época” estão marchinhas de Carnaval como Máscara Negra, Bandeira Branca – só para citar algumas. Estão as marchinhas jocosas e maliciosas como Panela de pressão, Cabeleira do Zezé. E até Silvio Santos lançava marchinhas na época – como a até hoje tocada Coração Corintiano. Cantada por corintianos, palmeirenses, sampaulinos, santistas…
Voltemos ao assunto. Nesse ritmo não dá para esperar muito dos próximos anos. Nossos compositores continuarão jogando lixo em nossos ouvidos, e como somos micos amestrados, iremos acompanhá-los. E eles, como sempre, encherão os bolsos.
Não temos esperança que surja um novo Tchaikovsky com uma nova 1812 ou um novo Lago dos Cisnes. Jamais teremos outro Beethoven ou coisas próximas de suas quinta e nona sinfonias. Nem haverá a reencarnação de Giuseppe Verdi e sua Aída. As quatro Estações continuarão as mesmas, tal qual composta por Vivaldi.
Mas rotular o que se anda tocando e cantando como música é exagero. Seria a mesma coisa que prender um pardal numa gaiola e se contentar com seus piados como fossem o canto de um canário. Não não merecemos tanto lixo, tanta ignorância. Pelo jeito, essa geração de “compositores” foi parida pela eguinha Pocotó.

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