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sexta-feira, 26 abril, 2024

Aos 82 anos, Íbis Cruz quer ser prefeito de Jundiaí

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Não faltam disposição e coragem a Íbis, que já governou Jundiaí nos anos 1970. Ele é pré-candidato pelo PTC

Quando Íbis Cruz foi eleito prefeito em 1972, era uma incógnita. Sua eleição contrariou as previsões dos entendidos da época, que apostavam em Urubatan Salles Palhares e Vitória Furlan de Souza, seus concorrentes. Pouco mais de quatro anos depois, quando deixou a Prefeitura, Jundiaí havia mudado completamente.
Hoje, aos 82 anos, Íbis Cruz tem intenção de voltar a ser prefeito novamente. Está filiado ao PTC (Partido Trabalhista Cristão) e é pré-candidato. Garante que, se eleito, repete a dose, que não foi pequena.
“Quando cheguei à Prefeitura, em janeiro de 1973, Jundiaí tinha um médico, uma ambulância e corria o risco de ficar sem água. Além disso, a arrecadação era pequena”, conta Íbis. O dinheiro miúdo pode ser explicado por outras circunstâncias – a reforma tributária, por exemplo, só aconteceu em 1967, e passou a destinar 20% do ICMS às cidades. Antes, prefeitos viviam pedindo esmolas ao governador e aos ministros.
“Trouxe para Jundiaí os melhores em cada área – continua Íbis. Dentre eles estavam o maior jurista do país, Helly Lopes Meireles e o urbanista Cândido Malta”. Passamos um ano planejando e organizando a cidade, buscando financiamentos, e a partir daí demos início às obras”.
Íbis atualizou a planta de valores do IPTU, o que desagradou os grandes proprietários de terras. Encomendou um levantamento aerofotogramétrico à Vasp e a Prefeitura encontrou algumas dezenas de áreas que pagavam IPTU de terrenos, mas que na realidade tinham construções gigantescas.
A construção de quatro grandes avenidas gerou polêmica – três delas em fundo de vale. “Em mais de 300 anos de história Jundiaí tinha quatro quilômetros de avenida – diz Íbis. Em quatro anos construímos outros vinte quilômetros. E tem mais – as avenidas de fundo de vale precisaram ter remoção e troca, além de compactação de solo, pois era terra podre”.
As avenidas a que Íbis se refere são a Nove de Julho, a Imigrantes, a 14 de Dezembro e a Frederico Ozanam (marginal do Rio Jundiaí). Na época, as críticas foram pesadas. “Diziam que a Nove de Julho ligava o nada a lugar nenhum”, diz ele. A Nove de Julho teve projeto completo, e as alças que hoje estão sendo construídas na Anhanguera estavam previstas no plano viário de 1973.
Ele reconhece o trabalho de seu antecessor, Walmor Barbosa Martins. “O Walmor tornou possível buscarmos água no Rio Atibaia, mas fomos nós que construímos a adutora e trouxemos a água de fato”, diz. Mas foi na área de Saúde que ele se destacou – seu secretário na área era o médico Arnaldo Martins dos Reis.
“Jundiaí tinha índice de mortalidade infantil de 73 por mil nascimentos – conta ele. Isso é igual ao Nordeste. Quando trouxemos a água e construímos os reservatórios nos bairros, eliminamos os poços, e com a rede de esgotos, as fossas sépticas. Nós estávamos contaminando nossos poços. Uma fossa contamina cinco mil metros quadrados”.
Na época, a Prefeitura tinha um médico e uma ambulância. “O único médico da Prefeitura atendia numa sala acanhada, nos fundos do prédio, atrás de um armário. Construímos 14 unidades de saúde, compramos 14 ambulâncias e contratamos 70 médicos”, afirma.
E nos anos 1970, época do governo dos militares, a telefonia ainda engatinhava em Jundiaí. “O prefeito pedia uma ligação para São Paulo, e essa ligação chegava a demorar nove horas para ser feita. Fui falar com os ministros em Brasília e incluimos Jundiaí no plano DDD (Discagem Direta a Distância), que nos permitiu falar na hora com o resto do mundo”, conta Íbis.
Ele tentou voltar à vida pública diversas vezes. Foi candidato a vereador, deputado e prefeito. Não conseguiu mais se eleger, mas o ânimo é o mesmo. “Se conseguir ser eleito volto a sacudir Jundiaí”, finaliza.

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