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sexta-feira, 26 abril, 2024

Editorial: Qual o conceito de tirania?

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Entende-se como tiranos os governantes que oprimem seu povo, que governam sendo eles próprios a lei, que mandam matar, exilar, sumir com adversários. É uma imagem cultivada ao longo do tempo, e para o conceito não faltam exemplos.
É coisa que vem de longos anos. O Império Romano teve seus tiranos – Calígula e Nero são os mais lembrados. Reis, rainhas e generais fizeram das suas, e hoje a História lhes reserva um lugar onde não faltam mortes, sangue, extermínio e vinganças. Não se duvida que Adolf Hitler tenha envolvido o mundo numa guerra que acabou com 60 milhões de vidas.
Nem que o georgiano Stalin tenha mandado matar milhares. Num passado mais distante, Gengis Khan mostrou ao mundo da época sua maneira de governar. Mao Tsé Tung pregava que as flores da paz nascem no cano de uma arma. Mas isso tudo é passado, é o tipo de exemplo que jamais deve ser seguido.
Talvez a tirania moderna tenha outras formas. Não há como calcular o número de pessoas que morre por falta de remédios, de hospitais, de uma simples consulta médica. Há dinheiro para isso, mas ele é roubado por maus políticos, os tiranos atuais.  Não se calcula também o número de pessoas que morre por falta de comida. E não estamos citando no mundo – ficamos só no Brasil.
A cultura de roubar o que for possível está mais que arraigada em nossos políticos. Rouba-se dinheiro na construção de estradas, na compra de remédios que nunca chegam aos seus destinos, na construção de hospitais, nos generosos financiamentos que o BNDES dá a poucos privilegiados.
Então, qual a diferença entre o governante que manda matar com espada ou com fuzil do governante que priva seu povo de serviços de Saúde? Qual a diferença entre aquele que suga dinheiro público, seja da Petrobras, do BNDES ou de uma prefeitura do tirano do passado que exterminava populações em nome de pureza racial? Nenhuma. Matam, só diferem nas formas.
Antes havia mais crueldade talvez. Havia empalamentos e tortura generalizada, algumas oficializadas pela Igreja, como as promovidas pelo frade Tomás de Torquemada, o mais feroz da Inqusição do Santo Ofício. Havia execuções públicas, na fogueira ou no paredão. Hoje tudo é mais suscinto, mais encoberto.
Guardadas as proporções, os tiranos de hoje são bem piores que os do passado. Ao roubarem dinheiro público, estão matando o povo aos poucos, silenciosamente. Posam de bons mocinhos, benfeitores, homens públicos de fato. Na realidade, aproveitam cada centavo  roubado para aumentar seu patrimônio e escravizar, pela ignorância, milhões de brasileiros. Que continuam quietinhos.

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