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quinta-feira, 25 abril, 2024

Estilista protesta contra Bolsonaro em Berlim

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O desfile da estilista brasileira Aline Celi no Berlim Fashion Week, no início desta semana, causou alvoroço na plateia e arrancou elogios do cantor e ator Henry De Winter. Tudo isso porque entre uma criação e outra, as modelos trouxeram cartazes de protesto contra o governo Bolsonaro.

“O problema da ditadura foi torturar e não matar”, diz um. Em outro, a já célebre frase da ministra Damares Alves: “Meninas usam rosa, meninos usam azul” estampava o cartaz da modelo que vestia um delicado macacão azul. Com outra modelo o cartaz dizia: “Você é muito feia para ser estuprada”, dita também pelo presidente Bolsonaro, para a deputada Maria do Rosário.

No fim do desfile, as três modelos se postam em frente aos fotógrafos com os cartazes, enquanto Aline recebe os aplausos.

“Não é porque trabalho com moda que vivo dentro de uma bolha de glamour”, declarou Aline, em conversa após o desfile. “Acho que a moda pode ser política. É muito importante para mim mostrar que moda não é apenas algo fútil”, diz a estilista, que é natural do Rio Grande do Norte, mas mudou para a Alemanha há dez anos para fazer faculdade de moda.

Se protesto causou burburinho. Exatamente o que ela esperava. “Se tenho esse espaço, se tenho visibilidade, sinto que tenho que usar para protestar, sim”, conta ela. Funcionou. “Fiquei muito tocada com esse protesto que ela fez. Não sabia que o Brasil estava nessa situação. Agora vou me informar mais. Sério que o presidente de vocês disse que o problema da ditadura foi torturar e não matar?”, comentou a especialista em marketing digital Kim Fisher.

Carreira meteórica

Aline estudou em uma das mais prestigiadas Universidades da Alemanha, em Kassel, e teve uma carreira meteórica. Desde 2013, apresenta suas coleções no Berlim Fashion Week.

“Fui convidada muito antes de acabar a faculdade”. Hoje, Aline tem um showroom na luxuosa galeria Lafayatte, em Berlim, ao lado de grifes como Karl Lagenfeld, e vende para mais de cinco países.

Suas roupas são femininas e sofisticadas. O toque brasileiro é sutil. “Faço uma roupa minimalista, mas com alguns detalhes pequenos, como bordados, que vem, sim, da raiz brasileira. Acho que é por isso que eles gostam”, conta.

Bordados de uma costureira de Natal, por exemplo, aparecem em sofisticadas saias de seda. Entre suas joias, estão peças feitas no Vale do Jequitinhonha usando capim. Mas tudo é urbano, contemporâneo. “Não gosto muito de roupas coloridas. Faço peças que vão durar”, diz.

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