No último Domingo, 10, Bolsonaro compartilhou em suas redes sociais um post distorcido de uma conversa com a jornalista do Estado de S.Paulo, Constança Rezende, onde afirma que a profissional quer arruinar a vida de seu filho Flávio Bolsonaro e buscar impeachment do presidente da República.
As postagens vieram juntamente com um áudio, onde o mesmo se for transcrito, não condiz com as afirmações que o presidente fez das falas da repórter. Segundo uma reportagem do Estado de S.Paulo após a polêmica, a frase jamais foi dita pela jornalista.
As afirmações de Bolsonaro foram baseadas em um texto publicado em uma plataforma a favor do atual governo.
No áudio a repórter fala sobre o caso de Fabrício Queiroz, o ex-funcionário do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que recebia dinheiro de outros assessores do filho do presidente na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) em sua conta corrente. No mesmo, ela diz que “o caso pode comprometer, arruinar Bolsonaro”. Em outro momento afirma estar preocupada de as investigações não avançarem, pois poderia ser este “um caso de impeachment”.
A defendendo o jornal ainda esclarece que as frases da gravação foram retiradas de uma conversa em 23 de janeiro com um suposto estudante interessado em fazer um comparativo entre Jair Bolsonaro e Donald Trump.
Em nota a ANJ (Associação Nacional de Jornalistas) fez uma declaração diante do caso envolvendo Bolsonaro:
“A propósito do episódio relacionado à repórter Constança Rezende, do jornal O Estado de S.Paulo, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) lamentam que o presidente da República reproduza pelas redes sociais informações deturpadas e deliberadamente distorcidas com o sentido de intimidar a jornalista e a liberdade de expressão”.
“Os ataques à repórter têm o objetivo de desqualificar oi trabalho jornalístico, fundamental para os cidadãos e para a própria democracia”. As associações ressaltam que “a tentativa de produzir na imprensa a imagem de inimiga ignora o papel do jornalismo independe de acompanhar e fiscalizar os atos das autoridades públicas”.