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sexta-feira, 26 abril, 2024

Objetos arqueológicos sugerem uso de maconha há 2,5 mil anos

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Objetos recolhidos em escavações arqueológicas são a nova pista para entender quando os humanos passaram a usar a cannabis em encontros sociais. Cientistas extraíram compostos da planta em vasos milenares na China. O estudo foi publicado na “Science Advances” nesta quarta-feira (12) e aponta para a queima das folas em rituais religiosos há 2,5 mil anos.

Os dez objetos foram retirados em uma escavação dos túmulos arqueológicos do cemitério Jirzankal, na cordilheira de Pamir, na China. Uma análise química mostrou evidências do uso da planta durante os encontros – compostos da cannabis usada na época foram encontrados nos fragmentos de madeira e pedras queimadas.

Segundo os pesquisadores, uma alta quantidade de THC foi detectada, componente da maconha e agente psicoativo mais potente. Até então, a maioria das evidências do uso da droga por povos antigos estava em registros escritos, com veracidade questionada pelos cientistas.

O estudo avança com relação ao uso da droga devido às suas propriedades psicoativas e medicinais – já é confirmado, por exemplo, o cultivo da planta por sua semente e fibra há 4 mil anos na Ásia. A novidade é comprovar o uso consciente dos seres humanos devido às propriedades da maconha.

De acordo com o artigo, o material encontrado no local da escavação aponta para o fato de que os povos antigos fumavam a planta durante cerimônias de passagem dos mortos das comunidades, uma tentativa de se comunicar com espíritos passados.

“A descoberta apoia a suspeita de que as plantas de cannabis foram usadas pela primeira vez devido a seus compostos psicoativos nas regiões montanhosas do leste da Ásia, e depois se espalharam para outras regiões do mundo”, afirma Nicole Boivin, do Instituto Max Plunck para a História da Ciência.

Os pesquisadores acreditam que a droga tenha sido levada para outros países com a chamada “Rota da Seda”, caminho do comércio da seda entre o Oriente e a Europa. A região da cordilheira de Pamir é isolada, mas fazia parte do trajeto.

Outro ponto é que a quantidade de THC da cannabisera maior do que o contido nas versões selvagens da planta, existentes há milênios no planeta. Duas teorias são propostas pelos cientistas: ou os chineses produziam ativamente com a intenção de aumentar o efeito psicoativo ou a altitude mais elevada contribuiu para o aumento do THC.

“Este estudo do antigo uso da cannabis ajuda a entender as primeiras práticas culturais dos humanos e fala sobre a nossa consciência intuitiva dos fotoquímicos naturais das plantas”, diz o pesquisador Yimin Yang, da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim.

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