Moradores de seis bairros de Itupeva reclamam de guaritas construídas para a Guarda Civil Municipal que ainda não foram utilizadas para monitoramento e segurança. De acordo com eles, elas estão abandonadas e sem função.
Na Avenida Emílio Chechinato, no bairro São Roque da Chave, foi construído um dos postos que seria da guarda, mas o que restou dele foram tijolos amontoados e ferros retorcidos.
A guarita da Vila São João ainda existe e está com as paredes pichadas. A construção acabou virando uma biblioteca comunitária, mas os moradores contam que o lugar fica trancado e, apesar de ter livros lá dentro, não funciona mais.
“Eu, por ter duas crianças em casa, poderia trazer para estar fazendo uma leitura e até auxiliando na educação”, conta uma moradora do bairro que preferiu não se identificar.
O posto do bairro Santa Fé teve as paredes pichadas e a fachada diz que a prefeitura também tinha planos de dar à população um espaço para leitura, mas lá dentro não tem livro nenhum. Os moradores dizem que há anos o lugar está abandonado.
“Faz uns 12 anos que foi construído, mas nunca vi funcionar”, conta o metalúrgico Francisco Siqueira.
Já a guarita do bairro Santa Eliza fica ao lado de um posto de saúde e está com a porta arrombada. Os moradores também dizem que o local nunca recebeu a Guarda Municipal.
No bairro Guacuri, o tempo retirou boa parte da pintura e ainda dá para ler que o espaço foi construído para funcionar um posto avançado da Guarda Municipal. Na fachada está escrito que foi uma parceria da prefeitura com a Associação Amigos do Guacuri e é a única construção em que a Polícia Militar é mencionada, mas o espaço está vazio e com infiltrações nas paredes.
No portal de boas-vindas da cidade, as guaritas foram construídas em um formato diferente das outras espalhadas pelos bairros, mas também estão abandonadas.
Em uma delas, os criminosos levaram a porta, qualquer pessoa pode entrar, faltam vidros na janela e até a pedra do balcão foi retirada. As paredes são de pedras, mas, mesmo assim, estão pichadas.
“É com o dinheiro público que foi construído, para ficar desativado?”, questiona o aposentado Sebastião Ferreira Alves.
Em nota, a Prefeitura de Itupeva informou que, assim que a atual gestão assumiu a administração, os prédios públicos mencionados já estavam desativados.
“Foram feitos estudos que mostraram uma baixa procura por parte da população no serviço oferecido. Por exemplo, algumas unidades chegavam a emprestar um livro por mês. Além disso, a maioria dos materiais era didáticos e não literários”, explica a prefeitura sobre os espaços de leitura.
“Por falta de recursos humanos e orçamentários ficou decido manter os espaços fechados e os livros literários foram recolhidos e enviados para a Biblioteca Central, onde estão à disposição da população”, explica a nota.
Em relação à utilização pela Guarda Municipal, a prefeitura diz que “com o avanço tecnológico e o número do efetivo itupevense, a prefeitura decidiu centralizar as ações na base da GCM”.
Com isso, a unidade do Guacuri será cedida à associação dos moradores do bairro, que vai passar a administrar o espaço. Além disso, a prefeitura disse que está preparando e reformando a unidade do bairro Santa Fé para receber a base da Defesa Civil.