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sexta-feira, 26 abril, 2024

Bye bye, Bei Bei: Washington diz adeus a seu amado panda

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Ele nasceu em Washington, e deu seus primeiros passos na capital dos Estados Unidos. Mas, com quatro anos, chegou a hora de voltar para casa, a China

Bei Bei, o último jovem panda do Zoológico Nacional do Smithsonian, na capital americana, deixará Washington nesta terça (19) a bordo de um avião da FedEx especialmente equipado para a ocasião.

Bei Bei, que agora pesa 114 quilos, vivia até então com seus pais, Tian Tian e Mei Xiang.

Nos últimos dias, crianças com casacos e gorros – para se proteger do frio – fizeram fila em frente ao jardim dos pandas no zoológico para se despedir, muitas delas com cartazes dizendo “Bye, bye, Bei Bei”.

O Zoológico Nacional organizou uma semana inteira de eventos para se despedir de Bei Bei, nome que significa “tesouro precioso” em mandarim.

Alheio à fama, Bei Bei continuou tranquilamente mastigando seu bambu.

Marty Dearie é um dos seus cuidadores. Ele o viu nascer em agosto de 2015 através da “câmera panda”, que grava os pandas gigantes no zoológico 24 horas por dia.

A despedida tinha sido planejada antes mesmo de seu nascimento.

“Nosso trabalho tem sido prepará-lo para a viagem para a China desde o momento em que ele nasceu”, explicou Marty à AFP. “Faz parte do contrato de empréstimo”.

É assim que são os rigorosos padrões da chamada “diplomacia do panda” chinesa, que evoluiu ao longo dos anos. Antes, Pequim dava pandas a nações amigas, mas, agora que são considerados ameaçados de extinção, eles são emprestados a zoológicos em todo o mundo.

Quando um panda faz quatro anos, ele é repatriado para cruzar com outros animais em santuários na China.

Os irmãos de Bei Bei, Tai Shan e Bao Bao, já retornaram à China. Enquanto isso, seus pais permanecerão no zoo de Washington pelo menos até dezembro de 2020, quando um novo acordo for negociado.

Embora as condições estivessem claras desde o início, Marty sofre ao ver Bei Bei partir. “Estou certo de que no dia da viagem de Bei Bei vou derramar algumas lágrimas”, confessou.

Mel e canaTransportar um panda gigante para outro continente não é uma tarefa fácil. Por várias semanas, os cuidadores de Bei Bei o treinaram para sentar na gaiola em que viajará para a China, em um voo direto de 16 horas. Um cuidador e um veterinário vão viajar com ele.

O zoológico preparará refeições para a viagem, já que os pandas comem constantemente.

“Provavelmente serão ao menos 15 a 20 quilos de bambu. Também maçãs, cenouras. Provavelmente um pouco de cana, além de mel e biscoitos”, explicou Marty.

A FedEx pagará pelo voo e pela adaptação especial do Boeing 777, chamado “Panda Express”, para a ocasião.

“Bei Bei e sua bagagem serão a única remessa a bordo do avião”, disse a porta-voz da FedEx Rae Lyn Rushing.

Tanto o público quanto seus cuidadores acompanharam Bei Bei em momentos importantes: seus primeiros passos, uma operação em 2016, e, agora, em sua partida.

O nome de Bei Bei foi revelado em uma cerimônia em 2015 pela então primeira dama americana, Michelle Obama, e a primeira-dama chinesa, Peng Liyuan.

Além de serem adorados em todo o mundo, os pandas se tornaram uma ferramenta política de extremamente bem-sucedida para a China, segundo Liselotte Odgaard, especialista do Instituto Hudson.

“Especialmente agora, quando tantas histórias negativas sobre a China são ouvidas, e Washington está no meio de uma guerra comercial com Pequim”, diz.

‘Eles usam os pandas como uma espécie de contrapeso para de alguma forma fazer o público em geral pensar bem na China”, explica Odgaard.

Além disso, também é uma ferramenta lucrativa, pois os zoológicos pagam à China milhões de dólares por ano por seus pandas, o que atrai hordas de visitantes.

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