A saga dramática do Haiti vai da mais rica colônia francesa à mais miserável; do maior herói negro do mundo (François-Dominique Toussaint Louverture) até ditadores corruptos assassinos (Papa Doc e Baby Doc). Do primeiro país independente e abolicionista à opressão cruel. O Haiti conquistou independência na revolução de 1791 a1804. Sua história vai do luxo à miséria, da corrupção à paz, da guerra à anarquia, do cristianismo ao vudu. O Haiti, antes de os brasileiros chegarem, era terra de fome, golpes, massacres, corrupção, saques e estupros..
Em janeiro de 2010, o terremoto de 7 graus dizimou o que sobrara do país já mergulhado no caos. Morrem centenas de milhares locais; morrem brasileiros da Missão de Paz e a médica Zilda Arns. O ex-presidente Bill Clinton (EUA) visitou o Haiti e disse “é um dos maiores desastres humanitários do milênio”. A missão de paz liderada pelo Brasil e ONU é reconhecida como positiva, essencial e humanitária. Os militares brasileiros são adorados no país e estão lá salvando vidas desde 2004.
A história do Haiti tem dois líderes marcados para sempre: Toussaint Louverture, um ex-escravo que formou um exército de escravos e libertou o Haiti da França. A partir de 1800, criou a constituição, deu liberdade geral e chamou empresários para ajudar na economia. Toussaint, o herói nacional, era maçom e católico. Também liderou a independência da vizinha República Dominicana.
Papa Doc e Baby Doc, pai e filho doutores em feitiçaria montaram um exército de cruéis assassinos, os Tonton-Macoutes. De 1971 a 86, roubaram e mataram centenas de milhares de compatriotas. Baby fugiu com joias e milhões de dólares em contas secretas fora do país. Voltou após o terremoto alegando “salvar a pátria”, mas foi condenado e não cumpriu a pena. A Justiça do Haiti está falida também.
Galdino Mesquita