Promovido pela Organização Pan-Americana da Saúde, o relatório Masculinidade e Saúde na Região das Américas mostra que a expectativa de vida dos homens é de 5 a 8 anos menor que a das mulheres.
O documento destaca que a pressão social dos homens de serem provedores de suas famílias, terem condutas de risco, serem sexualmente dominantes e evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda estão contribuindo para maiores taxas de suicídio, homicídio, vícios e acidente de trânsito, assim como doenças crônicas não transmissíveis.
O médico psiquiatra e professor colaborador do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Ricardo Amaral, explica que o que mais impacta a sobrevivência do homem na juventude são as causas externas, como acidentes e violência.
Em 1940, os dados mostravam que a curva de morte do homem era mais ou menos igual ao longo de toda a vida. Hoje, é quase quatro vezes maior a probabilidade de morte a partir dos 15 anos de idade até aproximadamente 30 anos. A partir dos 60 anos, cigarro e bebida podem contribuir de forma incisiva na qualidade de vida e saúde dos homens.
Além disso, culturalmente, os homens dão menos atenção à saúde do que as mulheres. Para Ricardo são necessárias ações para reverter esse quadro. “Os homens precisam entender os riscos que eles correm, se não forem prevenidos”. O médico lembra que muitos homens ainda acham, por exemplo, que a depressão é coisa de mulher.
