De 2020 a 2022 o Brasil deve registrar aproximadamente 625 novos casos de câncer. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) nesta terça-feira (4) e pontam ainda que, somente entre o público infanto-juvenil são esperados 8.460 novos casos por ano neste mesmo período.
Entre os tipos de maior incidência, o câncer de pele não melanoma deve permanecer no topo da lista, segundo Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil, com 177 mil novos casos por ano. Na sequência, está o câncer de mama próstata, com 66 mil casos cada; cólon e reto, com 41 mil casos; traquéia, brônquio e pulmão, com 30 mil; e, estômago, com 21 mil.
Segundo o Inca, o Brasil apresenta um declínio dos tipos de câncer associados a condições socioeconômicas desfavoráveis. No entanto, em algumas regiões, as ocorrências persistem. É o caso do câncer de colo de útero, na Região Norte. Enquanto no Brasil esse tipo de doença está em terceiro lugar, na incidência entre mulheres, desconsiderando o câncer de pele não melanoma, no Norte é o segundo mais incidente, perdendo apenas para o câncer de mama.
O dado que mais chama a atenção alerta para os casos que poderiam ser evitados. Segundo o Inca, um a cada três diagnósticos poderiam ser evitados pela redução ou eliminação de fatores de risco como, por exemplo, tabagismo e obesidade. Atividades físicas, cuidados com a exposição ao sol e alimentação saudável com frutas, vegetais e hortaliças frescos, evitando alimentos ultrapocessados, também podem ajudar a evitar o câncer.
Crescimento da estimativa
Para o próximo triênio, a estimativa aumentou em relação à última projeção, quando 600 mil novos casos eram esperados por ano em 2018 e 2019.
A primeira publicação é feita para o triênio. Antes, a projeção era calculada a cada dois anos. A mudança ocorreu devido à disponibilidade de informações, mais confiáveis.
O Inca também calculou a incidência da doença para a população infantojuvenil. Segundo o instituto, ar maior incidência pode ocorrer entre meninos, com 4.310 novos casos por ano. Entre meninas, devem ser registrados 4.150 novos casos. A incidência deverá ser maior na Região Sul, seguida pelas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
Segundo o Inca, o recorte para a população mais jovem permite aprimorar as ações de saúde pública e controle da doença neste público. Se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados, 80% das crianças e adolescentes podem ser curados.