Em seu quarto pronunciamento sobre a crise do coronavírus feito em rede nacional nesta terça-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro mudou o tom. Desta vez, deixou as criticas diretamente o isolamento social como forma de conter a pandemia de lado.
O método, embora defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo próprio Ministério da Saúde, foi ignorado pelo presidente no último dia 24, quando chegou a pedir na TV a “volta a normalidade” e o fim do confinamento em massa.
Ao contrário do que fez pela manhã, nesta terçafeira na portaria do Palácio da Alvorada, Bolsonaro não usou a interpretação equivocada da fala do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, para criticar o isolamento social.
Pelo contrário, durante seu pronunciamento, ele recorreu a trechos de uma fala de Adhanom, mas não criticou diretamente as medidas de isolamento. O presidente se disse preocupado com a vida e também com a manutenção dos empregos. Afirmou que o remédio não pode ser pior que os efeitos que a pandemia provocará.
“Minha preocupação sempre foi salvar vidas. Tanto as que perderemos pela pandemia como aquelas que serão atingidas pelo desemprego, violência e fome”, disse.
Bolsonaro disse não pretender negar a importância das medias preventivas, mas ressalvou que é preciso pensar nos cidadãos “mais vulneráveis”.
Ainda durante o pronunciamento, o presidente enumerou as medidas que o governo já tomou, destacando o congelamento dos preços dos remédios por 60 dias, que ele próprio anunciou nesta terça.
Como missão, o presidente disse ter “salvar vidas, sem deixar para trás os empregos”.
“Por um lado, temos que ter cautela e precaução com todos, principalmente junto aos mais idosos e portadores de doenças pré-existentes. Por outro, temos que combater o desemprego que cresce rapidamente, especialmente entre os mais pobres”, lembra.
No pronunciamento, Bolsonaro considera que o efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus “não pode ser pior que a própria doença”.