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quinta-feira, 7 agosto, 2025

Nos Estados Unidos, uma lâmpada funciona há 119 anos

A Lâmpada Centenária, que ilumina uma unidade dos bombeiros na Califórnia, nos Estados Unidos, há 119 anos, tem mais de 1 milhão de horas de uso

Ela é uma lâmpada tão famosa que tem página própria na internet, perfil no Facebook e até uma câmera exclusiva que a filma dia e noite. É a Lâmpada Centenária (Centennial Bulb, em inglês), que, segundo o Livro Guinness dos Recordes, é o foco de luz elétrica que há mais tempo está aceso em toda a história. A lâmpada fica em uma unidade dos bombeiros na cidade de Livermore, na Califórnia. Ainda no século passado, em 1901, os bombeiros queriam manter iluminados seus alojamentos dia e noite para poderem responder com prontidão quando necessário. Decidiram, então, instalar uma lâmpada.

Em 2001, quando completou um século, ganhou oficialmente o título de Lâmpada Centenária. E, no dia 18 de junho deste ano, completou 119 anos com mais de 1 milhão de horas de uso. E continua funcionando. Os bombeiros que instalaram a lâmpada no começo do século passado dividiam o escritório com a polícia. Quando ambos os departamento se mudaram, a lâmpada foi levada para a nova unidade. Em 1976, a lâmpada já havia entrado para o Guinness, os bombeiros se mudaram novamente para outra sede. As autoridades da Califórnia planejaram uma grande operação para cuidar da famosa lâmpada durante o translado.

Para começar, cortaram o cabo por temer que, ao desenroscá-la, poderiam quebrá-la. Depois, um caminhão dos bombeiros e a polícia escoltaram a lâmpada até o novo lugar: a estação número 6 dos bombeiros, onde, ainda hoje, continua funcionando. Segundo os registros, ela só ficou apagada por 22 minutos, quando foi transferida – e nunca passou um dia inteiro sem funcionar.

A lâmpada centenária foi feita à mão em 1897 pela Shelby Eletronic Company, empresa que não existe mais. O fundador da empresa, Adolphe Chaillet, era um dos rivais do famoso inventor Thomas Edison. A lâmpada de Chaillet que entrou para a história mede oito centímetros e tem uma forma mais arredondada que as lâmpadas modernas. Acredita-se que originalmente era uma lâmpada de 30 watts. Com o tempo, enfraqueceu. Atualmente emite uma luz tênue, de aproximadamente 4 watts.

Um ponto considerado chave para explicar por que a lâmpada ainda emite luz está em seu interior. Em 2007, a física Debora Katz, da Academia Naval dos Estados Unidos, analisou outras lâmpadas da mesma coleção que a Centenária – que não pode ser trocada pelo receio de que quebre. Ela descobriu duas diferenças significativas em relação às lâmpadas comercializadas atualmente.

Em primeiro lugar, o filamento é oito vezes mais grosso que o de uma lâmpada moderna. Em segundo, que esse filamento, possivelmente feito de carbono, é semicondutor. Assim, quando a lâmpada esquenta, os filamentos se convertem em um condutor mais potente – em contraste com o comportamento de filamentos atuais, que perdem potência quando esquentam.

Os especialistas também assinalam que, ironicamente, o fato de estar presa no mesmo soquete e jamais ter sido apagada também pode contribuir com a sua longevidade. O desgaste em acender e apagar lâmpadas incandescentes é maior do que quando ela permanece acesa continuamente. Isso acontece porque os filamentos aquecem e esfriam, fazendo com que o material dilate e contraia, o que provoca o surgimento de microfissuras e reduz a vida útil das lâmpadas. Apesar dessas explicações, tanto Katz quanto outros especialistas reconhecem que há um certo mistério no fato de a lâmpada estar funcionando há tanto tempo.

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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.

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