Miriam Rodríguez passou mais de um ano investigando os assassinos de sua filha no México. Ela interrogou criminosos com quem ele trabalhava e até mesmo fazendo amizade com seus parentes para obter pistas sobre seu paradeiro. Agora ela finalmente tinha um rastro bem nítido: uma viúva ligara para dizer que ele estava vendendo flores na fronteira.
Desde 2014, ela vinha rastreando as pessoas responsáveis pelo sequestro e assassinato de sua filha de 20 anos, Karen. Metade deles já estava na prisão, não porque as autoridades tivessem desvendado o caso, mas porque ela os perseguira por conta própria, com um ímpeto meticuloso.
Ela cortou e tingiu os cabelos e se disfarçou de pesquisadora, de profissional de saúde e de funcionária eleitoral para saber seus nomes e endereços. Ela inventou desculpas para conhecer seus familiares, avós e primos desavisados que lhe passaram detalhes importantes, por menores que fossem. Ela anotava tudo e enfiava numa mochila preta, assim construindo sua investigação e caçando os criminosos, um por um.
Ela conhecia seus hábitos, seus amigos, sua infância, as cidades onde haviam nascido. Sabia que o florista vendia flores na rua antes de entrar para o cartel Zeta e se envolver no sequestro de sua filha. Agora ele estava tentando passar despercebido, de volta ao velho trabalho, vendendo rosas para sobreviver.
Assim em três anos, Rodríguez capturou quase todos os membros vivos do bando que sequestrara sua filha para exigir resgate. Ao todo, ela foi fundamental para pegar dez pessoas, uma caçada furiosa por justiça que a deixou famosa, mas vulnerável. Ninguém jamais desafiara o crime organizado dessa maneira, muito menos colocara seus membros na prisão.