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domingo, 20 abril, 2025

Faltam garrafas para cerveja e variedade somem das gôndolas

Aquela variedade de cerveja desapareceu nas gôndolas dos supermercados, e a culpa pode ser, por contraditório que pareça, da alta produção da indústria. “Há um problema estrutural. Sempre que o ritmo de produção de cerveja passa dos 14 bilhões de litros por ano, falta vidro”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Cerveja (Cervbrasil), Paulo Petroni.

Daí, na hora da compra, o consumidor fica com menos opções – o que, em última instância, pode prejudicar as vendas do produto. O índice de ruptura da Neogrid – indicador que mede a falta de produtos nos supermercados brasileiros – passou de 11,9% na categoria de cerveja, em agosto, para 15,3%, em setembro.

Segundo Robson Munhoz, diretor de operações da Neogrid, esse indicador não aponta, necessariamente, que falta cerveja nas gôndolas, mas que não se encontram determinadas linhas ou marcas. “Ainda há ‘soluço’ de matéria-prima para a indústria e ela está revendo seu portfólio. Algumas fábricas não estão recebendo a embalagem de 310 ml, por exemplo, e tomam a decisão de não envasar determinadas marcas”, explica.

Efeito da renda

Para Petroni, essa falta de variedade pode afetar as vendas da bebida. “Com a inflação, que diminui a renda disponível da população, a falta de embalagens menores prejudica o consumo”, afirma.

Ou seja: com o dinheiro valendo menos, o consumidor tende a buscar embalagens menores da bebida. Se determinada marca não tem essa disponibilidade, ele troca por outra ou acaba por abandonar a compra deste item. A redução do tamanho da embalagem é um subterfúgio a que diversas indústrias, como a de alimentos e a de cosméticos, recorrem em tempos de dificuldades de emprego e renda, como o atual.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), Lucien Belmonte, confirma que a produção de vidros para a indústria cervejeira vem abaixo da demanda há cerca de dois anos. “Há grandes aumentos de oferta programados para 2022, mas ainda não resolve, para 2023 a oferta fica mais acertada”, diz.

O problema não é novo, Belmonte afirma que as fábricas tiveram condições de se programar. Por isso, aquelas que aumentaram estoques de embalagem e fizeram encomendas mais programadas não sofrem com a falta. A produção da bebida tradicionalmente sobe no terceiro trimestre, para dar conta da demanda de consumo no verão.

Segundo a Neogrid, além da cerveja, outras categorias que registram alto índice de falta de produtos nas gôndolas estão as bebidas à base de soja, com ruptura de 20% (ante 18,3% no mês passado) e ovos, com 15,9% em setembro (ante 17,2% em agosto). (Fonte: Isto É)

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