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segunda-feira, 6 janeiro, 2025

Estudo revela eficácia do aborto por telemedicina

Um extenso estudo realizado nos Estados Unidos concluiu que as pílulas abortivas prescritas após consultas por videochamada ou mensagem de texto são tão seguras e eficazes quanto os procedimentos realizados de forma presencial. Este estudo assume maior importância em um contexto onde o acesso ao aborto foi drasticamente reduzido em muitas regiões do país nos últimos anos.

Após a decisão da Suprema Corte dos EUA em 2022 de eliminar o direito nacional ao aborto, pelo menos 14 estados impuseram proibições definitivas do procedimento, enquanto muitos outros restringiram o acesso ao aborto após determinado estágio da gravidez.

A questão do acesso à pílula abortiva também ganha destaque neste ano, especialmente considerando que os direitos ao aborto emergiram como uma pauta crucial na próxima eleição presidencial.

O estudo recente, publicado na Nature Medicine nesta quinta-feira (15), reforça décadas de evidências acumuladas em várias partes do mundo, indicando que os abortos por telemedicina são seguros e eficazes.

A pesquisa, liderada por Ushma Upadhyay na Universidade da Califórnia, utilizou dados de 6.034 abortos realizados por meio de três clínicas virtuais que operam em 20 estados e Washington D.C. entre abril de 2021 e janeiro de 2022.

Em 2021, a Agência Reguladora de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) revogou sua exigência de que o uso da primeira droga no aborto médico, a mifepristona, ocorresse apenas após consulta presencial, embora essa decisão esteja atualmente sob contestação na Suprema Corte.

De acordo com o estudo, 97,7% dos abortos foram concluídos após o tratamento inicial, e 99,8% não resultaram em nenhum evento adverso grave. Esses números são comparáveis aos dados de abortos médicos realizados em clínicas presenciais no início da gravidez.

Além disso, a pesquisa não identificou diferenças significativas em termos de segurança ou eficácia entre os pacientes examinados por vídeo ou mensagem de texto.

O estudo destaca que o aborto por telemedicina, utilizando a combinação de mifepristona e misoprostol, tornou-se fundamental para lidar com os aumentos na demanda em estados onde o aborto permanece legal.

Afirma-se no estudo que “as políticas que restringem o aborto por telemedicina com base em preocupações ou alegações sobre eficácia ou segurança precisam ser revisadas para garantir o acesso equitativo a este serviço de saúde essencial”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso deste método no início da gravidez.

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