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sexta-feira, 3 janeiro, 2025

Pesquisadores propõem uso de ‘bactérias inteligentes’ no tratamento da acne

Uma pesquisa experimental conduzida pela Universidade Pompeu Fabra, sediada em Barcelona, Espanha, demonstrou que uma variedade específica de bactérias encontradas na pele tem a capacidade de gerar uma molécula reguladora da oleosidade, proporcionando alívio aos sintomas da acne sem comprometer o microbioma cutâneo.

Cientistas do Laboratório de Biologia Sintética Translacional, vinculado ao Departamento de Medicina e Ciências da Vida, conduziram testes com a bactéria Cutibacterium acnes em linhagens de células da pele e em camundongos.

A proteína NGAL, uma mediadora da isotretinoína – medicamento comumente utilizado no tratamento da acne, promovendo a morte dos sebócitos – foi produzida como resultado desses experimentos.

“Até o momento, a C. acnes era considerada uma bactéria intratável. Foi incrivelmente desafiador inserir DNA e induzir a produção ou secreção de proteínas a partir de um elemento inserido em seu genoma”, explica Nastassia Knödlseder, principal autora do estudo.

A descoberta, destacada na revista Nature Biotechnology, abre novas perspectivas para que outros pesquisadores investiguem o potencial das bactérias no tratamento de doenças e em outras formas de “terapias vivas”.

“Desenvolvemos uma terapia tópica com uma abordagem direcionada, aproveitando os recursos naturais já presentes. Projetamos uma bactéria que reside na pele e a estimulamos a produzir o que nossa pele necessita. Embora tenhamos direcionado nossos esforços para o tratamento da acne, essa plataforma tem potencial para ser aplicada em diversas outras indicações”, afirma Knödlseder.

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