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sexta-feira, 3 janeiro, 2025

Adiamento das eleições no RS gera discussão no Congresso

Parlamentares demonstram incerteza diante do adiamento das eleições municipais no Rio Grande do Sul, em decorrência dos efeitos da tragédia climática.

De acordo com informações obtidas pela reportagem junto a líderes da Câmara e do Senado, a discussão sobre a possibilidade de adiamento do pleito ainda não está em pauta no Congresso.

Caso seja decidido adiar as eleições para prefeito e vereadores nos municípios do Rio Grande do Sul, seria necessário o aval por meio da aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Em 2020, as eleições municipais foram adiadas em todo o país devido à pandemia da Covid-19. Naquele ano, a data originalmente marcada para os dias 4 e 25 de outubro foi alterada para 15 e 29 de novembro.

Alguns parlamentares consideram prematuro discutir o adiamento da votação. Acreditam que é necessário primeiro avaliar mais profundamente o impacto da tragédia que afetou 463 municípios, representando 93% do estado, deixando 581 pessoas desalojadas, das quais 77 mil estão em abrigos. Além disso, 157 pessoas perderam a vida e 88 ainda estão desaparecidas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), conforme relatos de fontes próximas, ainda não estão considerando a possibilidade de adiamento da votação.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) declarou à reportagem que considera prematuro pensar em adiamento neste momento, sugerindo que tal discussão poderia ser abordada no final de julho. O deputado Alceu Moreira (MDB-RS) também compartilha da opinião de que é cedo para tratar desse assunto, enfatizando a extensa lista de prioridades a serem abordadas antes dessa questão.

Na Câmara, membros da base governista e da oposição ainda não têm opiniões consolidadas sobre o tema, como é o caso dos deputados Maria do Rosário (PT-RS) e Marcel Van Hattem (Novo-RS). Maria do Rosário destacou a necessidade de uma análise cuidadosa antes de tomar qualquer decisão.

Por sua vez, o deputado Daniel Trzeciak (PSDB-MG) defende o adiamento das eleições, porém, argumenta que a votação deveria ocorrer ainda neste ano, sem abrir espaço para a prorrogação de mandatos. O deputado tenente-coronel Zucco (PL-RS) afirmou que, embora atualmente defenda o adiamento, acredita que ainda há tempo para chegar a uma conclusão.

Em entrevista à reportagem, a presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, enfatizou a importância de avaliar os danos causados pelas enchentes no estado, os quais podem afetar a organização das eleições em outubro.

Ela ressaltou que é necessário analisar todos os aspectos antes de tomar uma decisão e que o TRE-RS está acompanhando de perto a situação, elaborando um relatório a ser encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral para que tenham conhecimento da realidade enfrentada.

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