Cidades da região Sudeste registraram um calorão nesta segunda-feira (20). Temperaturas em torno dos 39º foram observadas em áreas do litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Segundo a Climatempo, o aumento nos termômetros na região não tem relação com a onda de calor que esquentou parte do Sul e de Mato Grosso do Sul. No Sudeste, o fenômeno responsável pelo calorão é o “aquecimento adiabático”.
Este calor intenso é resultado de três fatores: diminuição da nebulosidade e da chuva, ausência de ventos frios de origem polar e aquecimento adiabático.
O fenômeno é muito típico no litoral de São Paulo, quando sopra o vento de noroeste, antes da chegada de uma frente fria, por exemplo. O ar que desce a Serra do Mar, impulsionado por este vento de noroeste, vai aquecer cerca de 1°C a cada 100 metros.
Entre São Paulo e a região da Baixada Santista existe quase 800 metros de diferença de altitude. Se a temperatura na capital está em torno dos 30ºC, com o vento empurrando o ar, o litoral vai registrar temperaturas em torno dos 38ºC.
O que é o aquecimento adiabático
O aquecimento adiabático é um fenômeno atmosférico que ocorre quando o ar é comprimido em altitudes mais baixas, fazendo com que sua temperatura aumente. Diferentemente do aquecimento causado por fontes externas, como a radiação solar, esse processo é puramente físico e ocorre devido à mudança na pressão atmosférica.
O termo “adiabático” refere-se à ausência de troca de calor com o ambiente externo durante o processo. Quando o ar desce de áreas mais altas para altitudes menores, ele é comprimido, aumentando sua temperatura. Esse mecanismo é comum em áreas montanhosas, onde ventos descem as encostas, aquecendo o ar nas regiões mais baixas.
Impactos desse fenômeno incluem ondas de calor localizadas, alterações no regime de chuvas e até mudanças na dinâmica de ecossistemas sensíveis à temperatura. O conhecimento sobre o aquecimento adiabático é essencial para meteorologistas entenderem padrões climáticos específicos e anteciparem eventos extremos.