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sábado, 22 fevereiro, 2025

Anéis de Saturno podem desaparecer no dia 26 de março

Um dos cenários mais impressionantes do nosso Sistema Solar, os anéis de Saturno são o principal alvo de estudo dos astrônomos, graças à sua visibilidade brilhante, que permanece notável mesmo a 1,2 bilhão de quilômetros de distância da Terra.

Além de seu valor astronômico, essas imponentes estruturas celestes têm inspirado artistas como Stevie Wonder e Rita Lee, sendo vistas como símbolos de grandeza cósmica, mistério e beleza natural. No entanto, essa fonte de inspiração tem uma data marcada para desaparecer.

Um fenômeno astronômico relativamente raro, chamado “cruzamento do plano do anel”, ocorrerá no dia 23 de março de 2025. Esse evento, que acontece a cada 13 a 15 anos, fará com que a visibilidade dos anéis de Saturno diminua gradualmente até desaparecer completamente.

Para quem observa com telescópios amadores, o período em que os anéis parecerão extremamente finos ou até difíceis de perceber pode durar várias semanas, em torno da data do cruzamento.

Esse fenômeno é causado por um alinhamento entre Saturno e a Terra, e durante o desaparecimento dos anéis, o planeta será visto como uma grande esfera amarela pálida na maioria dos telescópios, ou como uma linha sutil nos mais poderosos.

Afinal, o que são os anéis de Saturno?

Desde a primeira observação telescópica de Saturno feita por Galileu Galilei em 1610, que chamou seus anéis de “orelhas”, telescópios como o Hubble e sondas espaciais como a Cassini nos proporcionaram uma compreensão detalhada da natureza dinâmica e complexa desses anéis.

Na realidade, o que chamamos de anéis não são estruturas sólidas, mas sim bilhões de partículas individuais. Entre 90% e 95% delas são compostas principalmente por gelo de água muito puro, de acordo com medições feitas pelo instrumento NIRSpec do Telescópio Espacial James Webb.

O restante é composto por rochas, poeira e compostos orgânicos, formando fitas de detritos que variam de partículas microscópicas até blocos do tamanho de casas. A espessura dos anéis pode variar de dez a cem metros.

Entre os anéis A e B, encontra-se a chamada Divisão Cassini, uma faixa escura e imponente com cerca de 4,8 mil quilômetros de largura. Segundo os cientistas, essas lacunas se formam quando movimentos orbitais e forças gravitacionais “varrem” esses caminhos.

Como assim, desaparecer?

Os anéis de Saturno desaparecem durante o “cruzamento do plano”, um fenômeno que ocorre quando a Terra atravessa o plano equatorial de Saturno e se alinha de maneira que vemos os anéis exatamente de lado.

Devido à sua espessura extremamente fina, variando entre dez e cem metros, e à inclinação de cerca de 27° em relação à órbita de Saturno, os anéis se tornam quase invisíveis quando vistos de perfil da Terra.

Esse fenômeno ocorre a cada 13 a 15 anos, devido à órbita de Saturno, que leva 29,5 anos terrestres para completar uma volta em torno do Sol. Essa inclinação axial provoca mudanças periódicas na aparência dos anéis observados da Terra.

Quando Saturno atinge o equinócio (momento em que o Sol se alinha diretamente com o plano equatorial do planeta), o plano dos anéis fica perpendicular aos raios solares. Isso resulta em uma aparência completamente diferente dos anéis, que parecem desaparecer, criando um fenômeno visual único, no qual ficam invisíveis para a maioria dos telescópios.

Em 2025, o fenômeno ocorrerá mais duas vezes: nos dias 13 de maio e 28 de outubro. No entanto, à medida que a Terra e Saturno mudarem de posição, os anéis voltarão a ser observados em sua plenitude a partir de novembro de 2025.

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