Uma nova pesquisa publicada na revista Cell Metabolism (Cell Press) nesta quarta-feira (19) revelou que o aspartame, adoçante artificial amplamente utilizado em refrigerantes diet e doces sem açúcar, pode ter um impacto negativo na saúde vascular. O estudo sugere que o consumo regular do adoçante pode estar relacionado ao aumento do risco cardiovascular, afetando a função dos vasos sanguíneos.
Os pesquisadores alertam para a necessidade de mais investigações sobre os efeitos a longo prazo do aspartame na saúde humana, já que o impacto nos sistemas vascular e cardiovascular ainda não é completamente compreendido.
No trabalho, uma equipe de especialistas em saúde cardiovascular descobriu que o aspartame aumenta os níveis de insulina em animais, o que contribui para o desenvolvimento da aterosclerose — o acúmulo de placas de gordura nas artérias. Essa condição pode elevar o risco de ataques cardíacos e derrames ao longo do tempo, além de agravar os níveis de inflamação no corpo.
Estudos anteriores já haviam associado o consumo de adoçantes artificiais ao aumento de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares e diabetes. No entanto, o mecanismo subjacente a essas relações ainda não havia sido completamente investigado.
Os pesquisadores também descobriram que os níveis elevados de insulina induziram o crescimento de placas de gordura nas artérias dos camundongos, sugerindo que a insulina pode ser o elo entre o consumo de aspartame e os problemas de saúde cardiovascular.
Em seguida, a equipe investigou o mecanismo exato pelo qual a insulina elevada leva ao acúmulo de placas arteriais e identificou um sinal imunológico chamado CX3CL1, particularmente ativo quando estimulado pela insulina.
“Como o fluxo sanguíneo através da artéria é forte e constante, a maioria dos produtos químicos seria rapidamente eliminada enquanto o coração bombeia”, explicou Yihai Cao, autor principal do estudo, em comunicado à imprensa. “Surpreendentemente, o CX3CL1 não é eliminado; ele permanece aderido à superfície interna dos vasos sanguíneos. Ali, age como uma isca, capturando células imunes à medida que passam.”
Muitas dessas células imunes capturadas são conhecidas por ativar a inflamação nos vasos sanguíneos. No entanto, ao eliminar os receptores de CX3CL1 de células imunes em camundongos alimentados com aspartame, o acúmulo de placas prejudiciais não ocorreu. Esses resultados apontam para o papel crucial do CX3CL1 no impacto do aspartame nas artérias.