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segunda-feira, 17 março, 2025

2025: Ovos de Páscoa chegam mais caros e com menos cacau

Já imaginou uma Páscoa com menos chocolate e ovos mais caros? Esse é o cenário esperado para 2025, conforme apontam economistas e representantes do setor, devido à alta no preço do cacau, que atingiu seu pico em dezembro.

Naquele mês, a tonelada de cacau chegou a US$ 11.040 na bolsa de valores de Nova York, uma alta de 163% em relação ao mesmo período de 2023.

O aumento é impulsionado por problemas climáticos nas principais regiões produtoras, especialmente na África, que responde por 70% da oferta mundial. A Costa do Marfim, maior produtora global, é responsável por 45% do cacau consumido no planeta.

Isso impacta diretamente o chocolate brasileiro, já que o cacau é uma commodity, e seu preço é definido no mercado internacional.

Em 2024, os produtores de chocolates, tanto industriais quanto artesanais, adotaram estratégias para minimizar o impacto da alta, como diversificar a oferta de produtos e reduzir o tamanho das embalagens. No entanto, a Páscoa de 2025 pode ser um grande desafio, pois o cacau utilizado para os ovos foi comprado no segundo semestre de 2024, quando os preços estavam no auge.

Preço do cacau aumenta 190% em 2 anos na bolsa de Nova York

Neste ano, a produção de ovos de chocolate será reduzida. Estima-se que aproximadamente 45 milhões de unidades sejam fabricadas, uma queda de 22,4% em comparação com 2024, quando a produção foi de 58 milhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).

A produção global de cacau registrou seu terceiro ano consecutivo de déficit em 2024, ou seja, os países produzem menos cacau do que consomem. A presidente-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Anna Paula Losi, afirma que desde a safra 2021/2022, houve uma perda de 758 mil toneladas na produção global, conforme dados da Organização Internacional do Cacau (ICCO).

Embora o Brasil represente cerca de 4% da produção mundial de cacau, o país ainda não consegue atender à sua demanda interna. Em 2024, o mercado brasileiro demandou cerca de 229 mil toneladas, mas colheu apenas 179.431 toneladas, uma redução de 18,5% em relação a 2023. Além disso, o volume moído também sofreu queda em relação ao ano anterior, quando foram processadas 253 mil toneladas. A diminuição da demanda é atribuída, principalmente, ao aumento do preço do chocolate, segundo Anna Paula Losi.

Expectativas para esta Páscoa

A alta do preço do cacau tem sido gradualmente repassada aos consumidores de chocolate. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses até janeiro, o preço do chocolate em barra e dos bombons aumentou 16,53%, enquanto o chocolate em pó e o achocolatado tiveram uma elevação de 12,49%.

A indústria chocolateira tem adotado estratégias para reduzir o impacto da alta do preço do cacau e manter o número de consumidores. Dentre essas estratégias, estão a diminuição do tamanho das barras e o lançamento de mais combinações de produtos, conforme explicou Francisco Queiroz, analista da consultoria Agro do Itaú BBA.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o chocolate ao leite continua sendo o favorito dos brasileiros, mas o mercado tem investido em novas opções com frutas, amendoim, pistache, e variações em diferentes intensidades de cacau e tamanhos de produtos.

O vice-presidente da Cacau Show, Daniel Roque, informou ao G1 que os produtos para a Páscoa deste ano não tiveram redução de tamanho. Segundo ele, as alterações anteriores ocorreram apenas para aprimorar a experiência de consumo. Além disso, Roque ressaltou que as novas combinações com chocolate não foram lançadas devido ao preço do cacau, mas sim pela popularidade dessas combinações, que lembram sobremesas e atendem à demanda dos consumidores.

Fonte: G1

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