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segunda-feira, 17 março, 2025

Gripe Aviária: Vírus sobrevive meses em queijo de leite cru

Queijos produzidos com leite cru de gado infectado com gripe aviária podem manter o vírus ativo por meses, representando um risco à saúde pública. A descoberta é de um estudo da Universidade Cornell, financiado pelo FDA.

Queijos de leite cru são produzidos com leite que não passa por tratamento térmico ou pasteurização para eliminar germes.

Embora a legislação dos EUA proíba a venda de leite cru entre estados, a comercialização de queijos feitos com esse tipo de leite é permitida, desde que o produto seja maturado por pelo menos 60 dias. A exigência, em vigor desde 1949, foi estabelecida para reduzir riscos de contaminação, com a crença de que ácidos e enzimas naturais eliminariam patógenos.

No entanto, um novo estudo revela que esse período de maturação pode não ser suficiente para inativar o vírus H5N1. A pesquisa reforça os riscos do consumo de alimentos crus ou mal cozidos, especialmente durante o atual surto de gripe aviária, que segue atingindo gado leiteiro, aves e diversas outras espécies.

Os cientistas, que já haviam identificado a sobrevivência do vírus no leite cru refrigerado por até oito semanas, apontam que a estabilidade do H5N1 no queijo pode estar ligada à composição do alimento. “O conteúdo de proteína e gordura no queijo e no leite fornece um bom ambiente para o vírus sobreviver em temperatura de refrigeração”, explica Diego Diel, professor associado de virologia na Universidade de Cornell e líder do estudo.

O secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., afirmou que os alimentos não representam risco de transmissão da gripe aviária. “A doença não é transmitida através dos alimentos, então você não pode pegá-la – até onde sabemos, você não pode pegá-la de um ovo, leite ou carne de um animal infectado”, declarou em entrevista à Fox News na terça-feira (11).

No entanto, essa afirmação não é totalmente precisa. Há casos documentados de gatos e outros animais infectados após consumirem leite cru de vacas contaminadas e alimentos crus para pets. Além disso, três infecções humanas foram confirmadas sem que os investigadores conseguissem identificar a fonte exata de exposição ao vírus H5N1.

Embora não haja registros de pessoas adoecendo diretamente após ingerirem alimentos contaminados, trabalhadores de laticínios foram infectados ao terem contato com leite cru, especialmente quando atingidos no rosto ou nos olhos.

Ainda não está claro se a ingestão de alimentos contaminados pode transmitir a gripe aviária, segundo o virologista Diego Diel. “Acredito que seja possível. Existe um risco de infecção”, alerta o pesquisador. “Obviamente, isso depende da dose, ou seja, da quantidade do produto contaminado ingerida.

A possibilidade de transmissão do vírus H5N1 por alimentos também pode variar conforme a cepa presente no leite ou queijo. O virologista Diego Diel e sua equipe analisaram a estabilidade do vírus B3.13, identificado inicialmente em gado nos EUA em março de 2024, que resultou apenas em sintomas leves em humanos.

Porém, uma nova cepa, D1.1, já foi detectada no gado e está ligada a casos mais graves em pessoas, aumentando a preocupação sobre os riscos de transmissão e impacto na saúde pública.

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