Cientistas deram um grande passo na ciência da alimentação ao criar a maior carne já produzida em laboratório, com o tamanho equivalente a um nugget de frango. A grande inovação não está apenas no tamanho da carne, mas no desenvolvimento de um sistema circulatório que é capaz de fornecer nutrientes e oxigênio ao tecido enquanto ele cresce.
Esse avanço é significativo porque resolve um dos maiores desafios enfrentados pela carne cultivada: garantir que o tecido cresça de forma saudável e eficiente, replicando as condições de um organismo vivo. Esse sistema permite que as células se desenvolvam em um ambiente controlado e nutritivo, mantendo a viabilidade do tecido por mais tempo.
Com esse progresso, a produção de carne cultivada pode se tornar mais sustentável e acessível, oferecendo uma alternativa ética e ecológica à carne convencional, sem a necessidade de abate de animais. A expectativa é que, com o tempo, a produção de carne em laboratório possa ser ampliada para outros tipos de produtos alimentares, transformando o setor e contribuindo para um futuro alimentar mais responsável.
O pedaço de frango alcançou os sete centímetros de comprimento, quatro de largura e dois de espessura, pesando 11 gramas. Apesar de não ser feito de produtos alimentares — ainda não sendo possível experimentar seu sabor — a criação abre caminhos para o desenvolvimento de outros tipos de carnes feitas em laboratório.
Em um estudo publicado na revista Trends in Biotechnology, o grupo de pesquisadores explicou que o nugget de laboratório criado por eles se difere das carnes feitas em laboratório que já têm autorização para serem vendidas em alguns países. Isso ocorre porque a maioria dessas carnes é composta por vários pedaços de carne montados juntos, seja por uma cola comestível ou por estruturas impressas que unem os pedaços.
Já o frango de 11 gramas criado pelos cientistas é feito em um único bloco, o que ajuda a imitar de forma mais fiel a estrutura e a textura naturais da carne de animais. Essa abordagem inovadora pode ser um passo importante para aprimorar a produção de carne cultivada em laboratório, tornando-a mais próxima da carne convencional tanto em termos de sabor quanto de aparência. Fonte: CNN Brasil