A Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, localizada na região da cabeça do cachorro, no Amazonas, anunciou, nesta sexta-feira, 25 de abril, o retorno do uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados. A medida inclui locais como repartições públicas, estabelecimentos comerciais, escolas, igrejas e transportes coletivos, e foi tomada em resposta ao aumento significativo de casos de covid-19 registrados no município.
Segundo as autoridades locais, a decisão foi baseada no monitoramento da evolução dos casos e nas recomendações da Secretaria Municipal de Saúde. A cidade, que havia flexibilizado o uso de máscaras em outros momentos da pandemia, reverteu a medida em razão do crescimento nos números de infecções, especialmente em áreas com maior aglomeração de pessoas.
A prefeitura reforçou a importância de seguir as orientações de saúde, como o uso da máscara, a prática do distanciamento social e a manutenção dos cuidados de higiene, para evitar a propagação do vírus e proteger a população, especialmente as populações mais vulneráveis da região. Além disso, as autoridades pedem que todos mantenham os esquemas vacinais atualizados e sigam as orientações sanitárias estabelecidas pelas autoridades locais.
Essa reintrodução de medidas de prevenção visa garantir a segurança de todos, enquanto as autoridades de saúde monitoram a evolução da pandemia e buscam controlar o aumento de casos de covid-19 na cidade.
A medida segue uma recomendação da Defensoria Pública do Amazonas. Segundo o órgão, o município, que fica a 852 km de Manaus, registrou, apenas em abril, quase 400 casos confirmados de covid-19, com 897 suspeitas. Os números refletem um aumento considerável, considerando os dados de meses anteriores.
Em março, o número de casos suspeitos havia sido 197, com 87 confirmações de infecção. Já em dezembro do ano passado, a cidade registrou apenas 14 casos positivos, evidenciando uma ascensão preocupante nos números de contágio. A Defensoria Pública recomendou medidas rigorosas para conter a disseminação do vírus, incluindo o uso de máscaras e outras precauções sanitárias, como forma de evitar um colapso no sistema de saúde local.
Com essa ação, as autoridades locais esperam reduzir a propagação do vírus e proteger a saúde da população, além de reforçar a importância do cumprimento das orientações para evitar novos surtos.
A crescente demanda por testes para covid-19 revelou outro dado importante: mesmo quando os resultados são negativos para o vírus, há a presença de outras viroses respiratórias em circulação na cidade, representando um risco para a saúde pública. Este foi o ponto destacado pelo defensor público Marcelo Barbosa em um ofício enviado à Secretaria Municipal de Saúde, na quarta-feira (23), no qual recomendava a adoção de medidas de prevenção adicionais.
Além da retomada do uso obrigatório de máscaras, a Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira também implementou restrições no acesso às áreas indígenas. Para entrar nessas regiões, é necessário apresentar a caderneta de vacinação contra a covid-19 atualizada ou um teste negativo realizado nas últimas 48 horas. O decreto ficará em vigor enquanto as autoridades de saúde recomendarem o uso de máscaras como medida de prevenção.
A prefeitura justificou a medida como uma forma de proteger a população local, com ênfase nas comunidades indígenas, que correspondem a cerca de 90% dos habitantes de São Gabriel da Cachoeira. Em razão do aumento nos casos de covid-19, a administração municipal também anunciou o adiamento do evento de lançamento do Festival Cultural dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro (Festribal), previsto para acontecer no sábado. A decisão visa priorizar a saúde pública e evitar aglomerações durante o período de aumento de casos.
A prefeitura também informou que a nova data do evento será divulgada em breve, conforme a evolução da situação sanitária. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde destacou que está realizando testes rápidos de covid-19 nas unidades básicas de saúde (UBS) para pessoas com sintomas gripais, como parte das ações de monitoramento e controle da doença na cidade. A medida visa identificar rapidamente novos casos e prevenir a disseminação do vírus.
A fiscalização do cumprimento das medidas estabelecidas pelo decreto será responsabilidade de órgãos municipais e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que terão a autoridade de solicitar documentação comprobatória, especialmente para a entrada em áreas indígenas. O não cumprimento das regras poderá acarretar sanções administrativas, além de outras medidas legais, conforme a legislação vigente. A intenção é garantir a segurança sanitária das comunidades, com a devida proteção contra a disseminação do vírus.
Fonte: Agência Brasil
