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quarta-feira, 23 abril, 2025

Gastos com pets levam tutores ao endividamento

Se tornar pai ou mãe de pet é um ato de amor e compromisso, mas também envolve uma série de responsabilidades, especialmente no que diz respeito à saúde do animal. Além de cuidados diários, vacinas e alimentação de qualidade, a assistência veterinária pode gerar custos inesperados, deixando muitos tutores despreparados financeiramente para lidar com emergências e tratamentos prolongados.

A realidade é que nem todos os novos donos de pets se preparam para as despesas que podem surgir. Desde consultas simples até procedimentos complexos, como cirurgias e tratamentos para doenças crônicas, os gastos podem ser significativos, impactando diretamente o orçamento familiar. “Quando adotei o meu cachorro, não imaginava que a rotina de consultas e remédios fosse tão cara”, compartilha a arquiteta Renata Oliveira, de São Paulo. “Acabei recorrendo à poupança para arcar com custos inesperados, o que me deixou endividada.”

Especialistas em finanças e saúde animal recomendam que, antes de adotar ou comprar um pet, o tutor faça um planejamento financeiro, considerando tanto as despesas com saúde quanto outras necessidades, como alimentação específica e brinquedos. Criar uma reserva de emergência exclusiva para o animal pode evitar imprevistos e garantir que o pet tenha acesso ao cuidado adequado.

Em entrevista, Mafalda Correia, de 31 anos, compartilhou a difícil experiência de cuidar de seu cachorro Brown, de 11 anos, diagnosticado com um câncer “muito agressivo”.

Ela relatou os desafios financeiros que enfrentou para arcar com os tratamentos: “Tive que arranjar um segundo emprego e, aos poucos, fui me endividando. Um cartão de crédito, depois outro. Até hoje, três anos depois, ainda estou pagando um deles”, contou Mafalda, destacando como os custos com a saúde de seu pet se transformaram em uma verdadeira bola de neve financeira.

No início, Mafalda recorreu ao apoio de familiares e amigos, mas, infelizmente, o dinheiro não foi suficiente. As contas começaram a se acumular e as dívidas se tornaram uma realidade cada vez mais difícil de enfrentar.

Determinada a dar o melhor para seu cachorro, Mafalda contratou um plano veterinário para Brown. No entanto, o tratamento oferecido era limitado, com médicos sugerindo apenas três meses de vida para o animal. Foi então que ela optou por buscar alternativas, como tratamentos complementares que exigiam um custo de cerca de 450 euros por mês. Graças a esses tratamentos, Brown viveu mais oito meses.

Mafalda Correia lembra que o objetivo dos tratamentos alternativos era “ajudar a evitar que a condição de Brown piorasse”, permitindo que ele tivesse mais mobilidade, apetite e qualidade de vida.

O veterinário Nuno Paixão destacou a evolução significativa da medicina veterinária, que tem permitido oferecer tratamentos mais eficazes e com maior qualidade de vida para os animais. No entanto, ele também alertou para o alto custo envolvido nesse avanço: “Os profissionais se preocupam mais, querem fazer mais, querem aprofundar os cuidados e aumentar as chances de salvar o animal. Mas, infelizmente, nem sempre a realidade financeira acompanha a vontade de dar o melhor aos nossos pets”, refletiu.

Assim como Mafalda, a tutora de três gatos, Anabele Freire, também se viu em dificuldades financeiras ao gastar todo o seu dinheiro com os tratamentos veterinários dos animais. Ela é responsável por Rafael, Cali e Noah, e compartilha da experiência de muitos tutores que enfrentam desafios semelhantes.

Anabele Freire compartilhou sua experiência com as dificuldades financeiras ao cuidar de seus gatos. “Eu tinha uma poupança, mas gastei tudo”, revelou, lembrando-se de uma cirurgia ocular de um de seus felinos que, somada aos tratamentos e medicações pós-operatórias, custou mais de mil euros.

“É o dinheiro das férias, do Natal, às vezes até o imposto de renda ajuda um pouco. Quando há emergências, preciso recorrer ao meu pai ou até ao limite do crédito do banco. Estou sempre com o coração nas mãos, esperando que não surja um imprevisto”, completou.

Para conseguir arcar com os custos dos cuidados veterinários, Anabele tem feito sacrifícios no seu cotidiano, como evitar jantares fora, cortar compras supérfluas e abrir mão de algumas necessidades pessoais.

Ela também relatou que conhece várias pessoas que, assim como ela, se endividaram com os cuidados de seus animais. “Muitos precisaram pedir empréstimos bancários ou dinheiro emprestado e ainda estão pagando pelas despesas de animais que já faleceram”, disse, destacando o peso financeiro que a saúde animal pode causar em muitas famílias.

Além dos custos mensais com alimentação, cuidados e consultas regulares, os tutores de pets precisam estar preparados para imprevistos, pois despesas inesperadas com saúde podem gerar contas bastante altas.

Emergências veterinárias, cirurgias e tratamentos prolongados podem colocar à prova a saúde financeira dos donos de animais, que muitas vezes se veem obrigados a recorrer a fontes de crédito, empréstimos ou até mesmo a poupança pessoal para cobrir essas despesas.

Fonte: CNN

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