Na madrugada desta quinta-feira (16), moradores de Itajobi, município do interior de São Paulo localizado a cerca de 400 km da capital, relataram ter sentido um tremor de terra. O fenômeno surpreendeu os residentes da região, que descreveram vibrações e ruídos incomuns durante a noite.
O tremor de terra teve magnitude de 3.4 mR, segundo a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), com análise realizada pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com a plataforma “Sentiu aí?”, do Centro de Sismologia da USP, o abalo foi sentido por moradores de Itajobi, Catanduva, Pindorama e Marapoama, por volta das 4h14 da manhã. O site reúne relatos de moradores que descreveram o susto e as sensações do momento em que o tremor ocorreu.
Entre os relatos reunidos pela plataforma “Sentiu aí?”, moradores descreveram diferentes percepções do tremor ocorrido na madrugada. Um dos primeiros depoimentos menciona um tremor moderado por volta das 4h15, acompanhado de um “barulho muito forte”. Outro registro detalha que, além do som, foi possível sentir a cama e até a parede tremendo enquanto dormia.
Em Catanduva, um morador contou que ouviu “apenas um estrondo meio que surdo ou abafado”. Ele disse que chegou a acordar com o som, mas só percebeu a real dimensão do ocorrido após conversar com vizinhos, descobrindo que o fenômeno havia sido sentido em toda a cidade.
Outros relatos registrados na plataforma “Sentiu aí?” reforçam o impacto causado pelo tremor em diversas cidades. “Todos no condomínio ficaram assustados, além da vizinhança e cidades vizinhas. Foi a pior sensação que tive. Ainda estou todo arrepiado”, escreveu um dos moradores. Outro depoimento menciona que as janelas chegaram a tremer e que o som ouvido foi semelhante a um trovão.
Em Pindorama (SP), um internauta relatou que “o barulho das portas e objetos mexendo acordou várias pessoas”, destacando o susto provocado pelo evento.
Segundo a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), tremores como esse são de origem natural e acontecem devido à liberação de tensões acumuladas na crosta terrestre. Apesar do susto, são fenômenos considerados comuns em algumas regiões do país.
O que é escala richter?
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), atualmente os cientistas utilizam a escala de magnitude de momento para medir a força e o tamanho dos terremotos, considerada mais precisa do que a antiga escala Richter, que foi amplamente usada no passado. Essa nova metodologia leva em conta fatores como a área da falha rompida, o deslocamento ocorrido e as propriedades das rochas envolvidas, oferecendo uma avaliação mais detalhada do evento sísmico.
Esta escala de magnitude de momento é baseada no “momento sísmico” do terremoto, que explica o quanto a crosta terrestre se desloca em um terremoto, o tamanho da área ao longo da fissura da crosta e a força necessária para superar o atrito naquele local, juntamente com o ondas sísmicas que a mudança cria.
Medição da intensidade do terremoto
A intensidade de um terremoto é avaliada por meio da Escala Mercalli Modificada (MMI, na sigla em inglês), que mede o impacto do tremor em diferentes locais ao redor do epicentro — o ponto da superfície terrestre diretamente acima da origem do sismo.
Diferente da escala de magnitude, que calcula a energia liberada, a escala MMI foca na percepção do tremor e nos danos causados. Ela utiliza algarismos romanos, indo de I (imperceptível) até XII (destruição total), e leva em consideração relatos de testemunhas, vibrações sentidas, movimentação de objetos e danos em estruturas para classificar a intensidade do evento em cada área afetada.
É fundamental considerar a intensidade de um terremoto porque ela reflete como o tremor é sentido e os efeitos reais em cada localidade. Fatores como o tipo de terreno, a profundidade do epicentro, a densidade populacional, o tipo de construção e a distância em relação ao epicentro influenciam diretamente no grau de destruição que pode ocorrer.
Dois terremotos com a mesma magnitude podem ter impactos muito diferentes dependendo dessas variáveis. Por isso, a escala de intensidade, como a Escala Mercalli Modificada, é uma ferramenta essencial para entender os danos reais causados por um tremor e planejar estratégias de resposta e prevenção.
