Neste mês, o movimento Maio Amarelo serve para chamar a atenção para o alto índice de acidentes de trânsito e serve para conscientizar a população sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar novos sinistros. Uma pauta considerada urgente, já que o Brasil está entre os países que mais registra casos de morte por acidentes de trânsito em todo o mundo. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), durante o ano passado, 6.160 pessoas morreram e outras 84.526 ficaram feridas.
O levantamento também aponta que o excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e falta de cinto de segurança estão entre as principais infrações. Já os estados com o maior número de óbitos foram Minas Gerais (794), Bahia (619) e Paraná (607). O estado mineiro lidera ainda o ranking de número de acidentes, com 9.296 sinistros. Em segundo lugar aparece santa Catarina, com 8.381 casos. Novamente na terceira posição está o Paraná, com 7.576 casos.
“Além deste trabalho de conscientização para reduzir o número de sinistros e consequentemente de vítimas, principalmente as fatais, também é necessário criar um novo mecanismo de auxílio aos acidentados. Muitos, em seu longo e doloroso processo de recuperação dos danos causados (seja físico, emocional ou financeiro), ficam completamente desamparados pelo Estado”, diz Lucio Almeida, presidente do CDVT – Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito, ONG sem fins lucrativos com atuação em todo o território nacional.
Dados recentes do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran) mostram, por exemplo, que as mortes no trânsito tiveram um aumento de 4,3% no primeiro trimestre deste ano. Só na capital paulista, os atropelamentos tiveram um crescimento de 27% no mesmo período. No entanto, uma proposta de indenização às vítimas a ser paga pelo governo estadual foi discutida recentemente durante um encontro entre o deputado Enio Tatto (PT), membro da Comissão de Transporte e Comunicações na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e representantes do CDVT.
Entre as medidas apresentadas estão indenização por óbito aos familiares, já que muitos mortos são provedores de família, reembolso parcial ou integral por despesas médicas para cobrir os gastos com hospitalização, medicamentos e reabilitação, e auxílio financeiro para as despesas com o funeral, em caso de vítimas fatais. “Nosso objetivo é avançar com essa ideia em São Paulo e que ela sirva de modelo a outros estados do país”, conclui Lucio Almeida.