No estado de São Paulo, sete motoristas são vítimas diariamente de criminosos especializados em clonar placas de veículos. A mudança para o modelo Mercosul, que aboliu o lacre de segurança presente nas placas tradicionais, facilitou a ação dessas quadrilhas.
Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP), somente no último ano foram registradas mais de 2.600 suspeitas de clonagem, com a capital paulista respondendo por grande parte desses casos.
A facilidade de compra dessas placas pela internet, com preços que variam entre R$ 20 e R$ 30, contribui para o aumento do problema.
Casos recentes mostram a dimensão do problema: uma quadrilha armada invadiu um condomínio de luxo e fez seis famílias reféns, e um empresário foi assassinado enquanto pedalava. Em ambas as situações, os criminosos usaram placas clonadas para escapar das autoridades. Em um dos locais ligados ao crime, foram encontradas dezenas de placas falsificadas.
Diante desse cenário, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, encaminhou na quarta-feira (18) ofício ao Ministério dos Transportes solicitando a volta do lacre metálico obrigatório nas placas veiculares. A prefeitura, apesar de não ter competência legal para obrigar essa medida, defende que o selo é fundamental para coibir o uso de veículos roubados em crimes graves, como roubos, latrocínios e homicídios.
Especialistas em crimes de trânsito alertam que as empresas que comercializam essas placas falsas podem responder criminalmente por falsidade ideológica. A reintrodução do lacre é vista como uma solução prática e imediata para reforçar a segurança nas vias, protegendo tanto os motoristas quanto a sociedade contra os prejuízos causados pela clonagem de placas.