Com a chegada do inverno e o aumento de chuvas em diversas regiões do Brasil, cresce também a quantidade de pessoas adoecendo com sintomas como febre, dor no corpo, mal-estar e cansaço. Gripe, COVID-19, dengue, febre amarela, Zika, Chikungunya e até o resfriado comum compartilham manifestações clínicas semelhantes, o que dificulta a identificação rápida da causa real do problema.
Apesar das semelhanças, existem diferenças importantes que ajudam a suspeitar de uma ou outra doença. E, mesmo com sintomas parecidos, o tratamento, o risco de agravamento e as formas de prevenção variam bastante entre elas.
1. Gripe (Influenza)
Sintomas comuns: febre alta repentina, calafrios, tosse seca, dor de garganta, dores no corpo, fadiga intensa. Diferenciais: instalação súbita e sensação de “quebra” no corpo. Transmissão: gotículas de saliva e superfícies contaminadas. Prevenção: vacinação anual.
2. Resfriado comum
Sintomas comuns: congestão nasal, coriza, espirros, dor de garganta leve.
Diferenciais: sintomas leves, sem febre significativa; evolução rápida.
Transmissão: muito contagioso, mas geralmente benigno.
3. COVID-19
Sintomas comuns: febre, dor de cabeça, cansaço, dor de garganta, tosse seca.
Diferenciais: perda de olfato e paladar, falta de ar, sintomas gastrointestinais, persistência maior.
Transmissão: aerossóis e contato direto.
Prevenção: vacinação, uso de máscara e higiene frequente.
4. Dengue
Sintomas comuns: febre alta, dor atrás dos olhos, dor muscular intensa, manchas vermelhas na pele, dor abdominal.
Diferenciais: ausência de sintomas respiratórios, risco de sangramentos, desidratação e agravamento rápido.
Transmissão: picada do mosquito Aedes aegypti.
Prevenção: combate a criadouros de mosquito.
5. Febre Amarela
Sintomas comuns: febre alta, dores intensas, icterícia (pele e olhos amarelados), vômito, sangramentos.
Diferenciais: gravidade e risco de óbito são maiores, principalmente em áreas de mata.
Transmissão: mosquitos Haemagogus e Sabethes (silvestres) e Aedes aegypti (urbano).
Prevenção: vacina única, válida por toda a vida.
6. Zika
Sintomas comuns: febre baixa, manchas na pele, coceira, olhos vermelhos (conjuntivite), dor muscular e nas articulações.
Diferenciais: sintomas leves, mas perigosos para gestantes — risco de microcefalia em bebês.
Transmissão: mosquito Aedes aegypti.
Prevenção: proteção contra picadas.
7. Chikungunya
Sintomas comuns: febre alta, dor intensa nas articulações (que pode durar meses), dor muscular e cansaço.
Diferenciais: dor articular prolongada, que pode incapacitar.
Transmissão: Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Prevenção: medidas antivetoriais.
A importância do diagnóstico correto
Com tantos sintomas em comum, o diagnóstico preciso depende da avaliação de um profissional de saúde. Exames clínicos, sorológicos ou de imagem são usados para confirmar a suspeita, especialmente nos casos mais graves ou com risco de epidemia.
“A automedicação ou o adiamento da ida ao médico podem piorar o quadro. Algumas viroses, como dengue e febre amarela, exigem monitoramento constante e podem evoluir de forma muito rápida”, alerta a infectologista Ana Lúcia Moreno.
Outro ponto fundamental é a vacinação. Muitas dessas doenças, como gripe, febre amarela e COVID-19, têm vacinas disponíveis no SUS. Manter o calendário vacinal atualizado é uma das formas mais eficazes de proteção.