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terça-feira, 29 julho, 2025

Hepatite: doença silenciosa avança sem sintomas e exige diagnóstico precoce

O Dia Mundial de Combate à Hepatite, celebrado ontem, 28 de julho, destaca a importância sobre uma condição que, muitas vezes, evolui de forma silenciosa até atingir estágios graves. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais são a segunda principal causa infecciosa de mortes no mundo, sendo que, no último levantamento, 83% foram causadas pela hepatite B e 17% pela hepatite C.
O diagnóstico precoce é a principal ferramenta para interromper esse ciclo — especialmente quando aliado ao monitoramento contínuo da saúde hepática. No Brasil, foram notificados 718.651 casos de hepatites virais entre 1999 e 2023, com mais de 70.000 óbitos, segundo o Ministério da Saúde. A hepatite C lidera as estatísticas nacionais, seguida pela hepatite B. Apesar desse cenário, o país oferece um dos programas mais abrangentes do mundo para combate às hepatites.
As hepatites virais são infecções que comprometem o fígado e podem causar danos que variam de leves agraves. Uma das principais características dessas doenças é que, em muitos casos, evoluem de forma silenciosa, sem apresentar sintomas evidentes. Quando se manifestam, os sinais mais comuns incluem fadiga, febre, mal-estar, tontura, náuseas, vômitos, dor abdominal, além de alterações visíveis como pele e olhos amarelados (icterícia), urina escura e fezes esbranquiçadas.
Entre as possíveis consequências da infecção crônica pelo vírus da hepatite está a fibrose hepática — uma resposta natural do fígado a lesões contínuas. Nesse processo, o tecido hepático saudável é gradualmente substituído por tecido cicatricial, o que pode comprometer a função do órgão. Quando não identificada e tratada a tempo, a fibrose pode progredir para estágios mais avançados, como a cirrose. Essa condição dificulta o fluxo sanguíneo no fígado e aumenta significativamente o risco de complicações graves, incluindo insuficiência hepática e câncer de fígado.
Por serem condições com evolução lenta, o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves. “A avaliação laboratorial é essencial tanto para a detecção das hepatites quanto para o monitoramento contínuo da saúde hepática. Com o avanço das tecnologias, hoje dispomos de ferramentas capazes de identificar marcadores de inflamação, função hepática e até preditores de fibrose com maior precisão e rapidez”, afirma Hélida Silva, Gerente de Assuntos Médicos da Siemens Healthineers.
O diagnóstico laboratorial é uma das ferramentas mais eficazes para a detecção precoce e o monitoramento das doenças hepáticas. Os testes de função hepática, como ALT (alanina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase), fosfatase alcalina, gama-glutamiltransferase (GGT), bilirrubinas e tempo de protrombina, avaliam diferentes aspectos da função e integridade hepática, identificando inflamações e o grau de comprometimento do órgão.
Para o diagnóstico específico das hepatites virais, são utilizados marcadores sorológicos como HBsAg, anti-HBc, anti-HBs (para hepatite B) e anti-HCV (para hepatite C), detectados por meio de imunoensaios. A confirmação diagnóstica e o monitoramento da carga viral são realizados através da metodologia NAT (teste de ácido nucleico), que detecta e quantifica o material genético viral, orientando o tratamento e avaliando a resposta terapêutica.
Para determinar o grau de fibrose hepática de forma não invasiva, são empregados biomarcadores específicos como FIB-4, APRI (AST to Platelet Ratio Index), ELF (Enhanced Liver Fibrosis), FibroTest®, além de métodos de elastografia hepática (FibroScan®). Estes biomarcadores, validados por diretrizes internacionais 3-5, oferecem alternativas precisas à biópsia hepática, que permanece indicada apenas em casos selecionados quando há necessidade de avaliação histológica mais detalhada.
No mês de conscientização da doença, o alerta é claro: quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sucesso no tratamento e de prevenção de complicações graves. “Investir em testagem, ampliar o acesso à triagem laboratorial e conscientizar a população sobre a importância do cuidado com a saúde hepática são passos fundamentais para vencermos essa luta global contra as hepatites”, conclui Hélida.

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