A cidade de Jundiaí lamenta a perda do professor Roberto Storani, que faleceu na noite desta segunda-feira (15), aos 94 anos recém-completados no dia 4 de julho. Figura emblemática na educação local, Storani marcou gerações de alunos em instituições como as Escolas Padre Anchieta e o Colégio Divino Salvador.
Natural de uma família tradicional da região — sendo parente de Benedito Storani, que doou as terras para a instalação do Colégio Agrícola no Parque Eloy Chaves —, Roberto iniciou sua trajetória educacional no bairro do Retiro. Influenciado pelo padre Arthur Ricci, ingressou no Seminário Metropolitano de Pirapora do Bom Jesus em 1944, permanecendo por seis anos. Em seguida, foi para o Seminário Maior do Ipiranga, na capital paulista, onde estudou Filosofia e Teologia.
Sua carreira como educador começou no Anchieta, onde lecionava Latim. Em 1963, aos 32 anos, foi convidado pelo padre Gabriel Contini para lecionar Língua Portuguesa no Colégio Divino Salvador, assumindo também o cargo de mestre de disciplina — função que desempenhou com firmeza, mas também com humor e humanidade.
Histórias marcantes não faltam: como os constantes furtos da sineta usada para sinalizar os intervalos, e o famoso “bilhete amarelo”, recado enviado aos pais de alunos que haviam cometido infrações. Sempre com bom humor, Storani chamava esses episódios de “coisas de moleque”.
Sua trajetória no Divino Salvador foi lembrada por nomes como Washington Simões e Evandro Grioles, ex-alunos e ex-professores, no livro comemorativo dos 70 anos do colégio, lançado no ano passado.
Roberto Storani deixa uma memória afetiva profunda entre alunos, colegas e toda a comunidade escolar. Pelas redes sociais, muitas manifestações de carinho e solidariedade foram feitas à família. O Colégio Divino também se pronunciou em nota, lamentando a perda.
O sepultamento ocorreu na manhã desta terça-feira (16), no Cemitério Nossa Senhora do Desterro.