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Jundiaí
quinta-feira, 25 setembro, 2025

Agressões a bebê passam a ser investigadas como tentativa de homicídio

As agressões a um bebê de um ano e três meses, que está internado em estado gravíssimo na UTI do Hospital Universitário de Jundiaí, vão ser investigadas como tentativa de homicídio, segundo a Polícia Civil. A mãe da criança teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Inicialmente, o caso foi registrado como lesão corporal grave e maus-tratos, no entanto, a polícia informou que há indícios de que a criança era agredida desde fevereiro, quando foi atendida pela primeira vez no Hospital Universitário (HU) de Jundiaí.

Em nota, ontem (24), o hospital informou que o bebê permanece internado na UTI em estado extremamente grave. Também disse que a criança respira com o auxílio de aparelhos e que a equipe iniciou o protocolo para investigação de morte encefálica.

O delegado Rafael Diório, do 5º DP de Jundiaí, disse que as investigações apontam que o bebê era agredido “de forma intensiva”, com fraturas nos braços, queimaduras, e um quadro de desnutrição.

“É uma sequência de condutas que não são compatíveis somente com maus-tratos. Consideramos até quase como uma tortura, porque desde fevereiro a criança é vítima dessas agressões físicas intensas. Não é só um isolado. É um caso muito triste mesmo”, explica o delegado.

Em entrevista ao Tem Notícias 1ª Edição, a coordenadora pediátrica do HU, Stela Tavolieri, disse que a criança chegou ao hospital entubada e com inúmeras lesões pelo corpo. “Essa criança apresentava queimaduras, inúmeras mordidas, em tempos diferentes, mordidas de tamanho adulto. Apresentava dedos sem unhas, que haviam sido arrancadas, várias fraturas em diferentes graus de consolidação, contusão pulmonar, sangramento cerebral, fraturas e hematomas nos dedos e inúmeras lesões que não ocorreram exclusivamente naquele momento”, disse.

Segundo Stela, as lesões antigas foram identificadas a partir do contexto apresentado pela mãe da criança. Como o bebê não consegue andar, a equipe médica achou inconsistências com os tipos de ferimentos que ele tinha.

“O que a gente precisa chamar atenção, como um todo, é quando a história contada não é compatível com as lesões verificadas, isso é um sinal de violência. Quando a história vai mudando conforme nós vamos conversando com o acompanhante da criança, quando a criança procura repetidamente o centro de saúde com lesões seguidas e diferentes e quando a lesão é incompatível com as idades”, pontuou Stela.

Na terça-feira (23), a Câmara também aprovou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a atuação do Conselho Tutelar. O intuito é investigar uma possível omissão do Conselho no cumprimento de suas funções em relação à vítima.

O caso

A mãe, uma mulher de 23 anos, foi denunciada para a polícia por uma médica no dia 19 de setembro. De acordo com o boletim de ocorrência, a criança foi inicialmente levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vetor Oeste e, em seguida, transferida ao Hospital Universitário.

Além dos ferimentos pelo corpo, a vítima teve quatro paradas cardíacas ainda enquanto estava na UPA. Em fevereiro, a menina havia sido internada por oito dias por apresentar quadro de desnutrição e marcas de mordidas pelo corpo.

Ainda conforme o boletim, a vítima era acompanhada pela médica desde a primeira internação e, por isso, a profissional denunciou o caso às autoridades. O Conselho Tutelar também mantinha contato com a família, mas a mulher se mudou de endereço e não comunicou o órgão.

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