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quarta-feira, 24 setembro, 2025

Caso Vitória: em carta, preso diz ter sido forçado à confissão

Em uma carta escrita no dia 8 de setembro deste ano, Maicol Sales dos Santos, apontado como o único suspeito de ter matado a adolescente Vitória Regina, de 17 anos, em Cajamar, alegou ter sido forçado, por meio de ameaças e acusações feitas pela Polícia Civil, a confessar o crime.

Vitória Regina foi encontrada morta no dia 5 de março deste ano, em uma área de mata de Cajamar. Maicol assinou uma confissão do crime 12 dias depois.

O portal Metrópoles teve acesso à carta escrita por Maicol, que está preso preventivamente desde abril. No texto de quatro páginas, o suspeito narra como teria sido, supostamente, construída a própria confissão. No material, ele diz que se tem alguém acobertando o crime contra a adolescente é a polícia.

Maicol começa narrando como ficou sabendo, com surpresa, da própria confissão, no dia 17 de março. Ele diz que começou a ouvir barulhos da rua, com helicópteros da imprensa, quando, acompanhados de dois membros da OAB de São Paulo, os advogados foram à cela em que ele estava para dizer sobre a notícia da confissão dele, amplamente divulgada por canais de televisão.

O suspeito relata ter estranhado a informação, “pois não tinha envolvimento no que ocorreu e nem havia confessado nada a respeito disso com nenhum policial no dia”.

Posteriormente, às 22 horas daquela segunda-feira, o suspeito afirma que recebeu na própria cela visita do investigador-chefe, acompanhado de um policial. Neste momento, ele diz que começaram as diversas ameaças contra ele e contra os familiares.

Maicol conta que ficou quieto e que foi trancado em um banheiro “totalmente imundo e sem nenhuma possibilidade de locomoção” para refletir sobre o que tinha ouvido dos agentes.

Ele alega, ainda, que tudo isso pode ser provado por câmeras da delegacia, que as autoridades negam em fornecer.

Às 22h30, os investigadores teriam retornado ao tal banheiro e levado Maicol até a sala do delegado, onde ele se encontrou com três policiais, com o secretário de Segurança de Cajamar, um escrivão e uma advogada, além de um guarda municipal, que estava na primeira perícia feita no carro do suspeito.

Maicol pediu a presença da própria defesa, mas teria sido avisado que os advogados abandonaram o caso e que, por isso, a advogada ali presente iria representá-lo.

O suspeito conta que ficou em silêncio após confirmada a ausência da equipe de defesa e que, a partir desse momento, o delegado do caso passou a fazer ameaças e acusação para tentar lhe coagir, “chegando a dizer ‘você acha que não consigo fazer a perícia te foder, seu lixo. Se você não cooperar, o PCC vai cuidar da sua família’”, alegou Maicol.

Depois disso, ele teria sido levado três vezes à sala ao lado. Em uma das ida e vindas ao local, ele conversou com a advogada, identificado por Maicol como Glória. A mulher teria dito que era da Prefeitura de Cajamar e que estava ali a mando do prefeito. Ela o recomendou a fazer o que o secretário mandasse.

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