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quinta-feira, 9 outubro, 2025

Alta miopia avança mais que miopia entre brasileiros, diz OMS

Relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre a prevalência da miopia e alta miopia, dificuldade de enxergar à distância, traz dados alarmantes sobre a condição da saúde ocular do brasileiro. Isso porque, a pesquisa aponta um aumento no País de 54% dos casos de alta miopia nesta década. Em 2020 éramos 6,68 milhões com alta miopia caracterizada de seis dioptrias ou mais. Em 2030 o relatório projeta ter 9,514 milhões de altos míopes no País

Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor do Instituto Penido Burnier de Campinas, essa pesquisa comprova que no Brasil o estilo de vida hoje impulsiona mais o aumento da alta miopia que a hereditariedade. Isso porque, a projeção da OMS prevê que a miopia leve e moderada no mesmo período passe de 60,5 milhões de casos para 83 milhões, um aumento de 36,6%, bem abaixo dos 54% previstos para altos míopes.

Cirurgia é precisa e reversível

A boa notícia é que a alta miopia pode ser corrigida com implante de ICL, uma microlente fácica que corrige a miopia, sem retirar o cristalino, nem desbastar a córnea. Precursor dessa técnica cirúrgica no Brasil, Queiroz Neto conta que desde 1995 vem realizando o procedimento. Neste período, ressalta, as lentes fácicas tiveram grande evolução. Hoje são produzidas em material biocompatível com o globo ocular, permite ajuste preciso, resulta em melhor refração e é reversível.

O acompanhamento das inovações requer constante atualização, pontua. A última de Queiroz Neto nessa técnica cirúrgica foi uma imersão em Mendoza (Argentina) com Roberto Zaldivar, um dos 100 oftalmologistas mais renomados do mundo. O oftalmologista afirma que o aumento da alta miopia está impulsionando a procura pela cirurgia.

Como é a cirurgia

Queiroz Neto explica a cirurgia tem duração de 20 minutos e é realizada com um intervalo de uma semana entre um olho e outro. É iniciada com instilação de colírio anestésico e sedação leve para o paciente relaxar. O cirurgião faz uma pequena incisão na base da córnea e insere a ICL que é fixada entre a íris e o cristalino. O procedimento mantém o olho completamente íntegro. Por isso não causa olho seco e a recuperação é rápida. No mesmo dia o paciente recebe alta e no dia seguinte retorna para retirar o curativo..

Quem pode operar

O oftalmologista afirma que a ICL é indicada para que tem miopia de 6 a 16 dioptrias e até 4 de astigmatismo;

Idade entre 21 e 45 anos;

Estabilidade de grau há pelo menos um ano;

Ausência de olho seco

Diâmetro da pupila até 7 mm

Não ter passado por refrativa a laser ou outro procedimento cirúrgico no segmento anterior dos olhos.

Contraindicações

Antes da cirurgia o paciente passa por um rigoroso exame ocular. O oftalmologista afirma que a cirurgia não é indicada para:

Gestantes ou mulheres em período de lactação

Pacientes com sinais de maculopatia miópica ou degeneração macular;

Portadores de glaucoma ou outras condições no nervo óptico;

Baixa densidade de células na camada interna da córnea;

Espaço raso entre a íris e o cristalino – câmara posterior do olho:

Cuidados após a cirurgia

Queiroz Neto afirma que o pós-operatório é indolor, o paciente deve evitar coçar ou esfregar os olhos e praticar atividades físicas vigorosas. O uso dos colírios prescritos deve ser seguido rigorosamente para evitar complicações. O oftalmologista explica que a miopia não é doença e por isso não tem cura, só correção. “Uma característica do globo ocular do alto míope , independente do implante de ICL, é o alongamento do olho que pode causar glaucoma, estiramento na retina e predispor à maculopatia mióptica, descolamento ou rasgo da retina. Os sinais de alerta dessas alterações na retina são: enxergar flashes de luz, visão de pontos pretos e muitas moscas volantes que indicam necessidade de atendimento oftalmológico imediato para evitar a perda irreparável da visão. Já o glaucoma não apresenta sinais e aumenta em duas vezes o risco de ter catarata precoce. Por isso, é muito importante manter as consultas oftalmológicas periódicas para prevenir a perda da visão mesmo esteja enxergando bem”, finaliza.

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