O Grupo FormIDOSO celebrou ontem (16), dois anos de existência com um sarau repleto de emoção e significado. O encontro especial, realizado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Central, reuniu 30 pessoas idosas que, todas as quintas-feiras, das 9 às 10h30, compartilham histórias, desafios e aprendizados — formando uma verdadeira rede de apoio, amizade e escuta.
Criado para atender idosos cadastrados no Cadastro Único e beneficiários do Bolsa Família ou do Benefício de Prestação Continuada, o grupo vai muito além das atividades semanais: é um espaço de acolhimento que combate a solidão e reforça o sentimento de pertencimento. A maioria dos participantes vive sozinha em pensões da região central e encontra no grupo um novo sentido para o convívio e a vida cotidiana.
“Quase 80% dos idosos do grupo vivem sozinhos. A solidão acaba agravando o processo de envelhecimento e o declínio da saúde mental. Aqui, eles encontram socialização, colaboração e escuta. Valorizamos a troca, o compartilhamento das histórias e o fortalecimento da autonomia”, explica Valdemar Donizeti de Sousa, psicólogo e gerontólogo responsável pelo grupo e servidor do CRAS Central.
Segundo Valdemar, o FormIDOSO também busca ressignificar a velhice, rompendo com estereótipos e promovendo a valorização da pessoa idosa. “Queremos mostrar que o envelhecer é parte natural da vida e pode ser vivido com autonomia, expressão e alegria. Muitos deles têm talentos incríveis — escrevem, cantam, criam poemas e músicas. Este grupo é sobre descobrir e redescobrir o valor que cada um tem, e como ainda podem contribuir para a cidade”, completa.
Durante o encontro comemorativo, os próprios idosos prepararam apresentações para o sarau: textos, poesias e canções. Cada gesto revelava o vínculo construído nesses dois anos de convivência.
Além dos encontros semanais, o FormIDOSO promove passeios e atividades culturais — já esteve no Teatro Polytheama, no Centro das Artes, na Biblioteca Municipal e no Galpão Criativo. Em cada saída, os participantes vivenciam novas experiências e reafirmam sua autonomia. “O maior objetivo do grupo é garantir a manutenção da independência e da autonomia. Eles vêm sozinhos, caminham, pegam ônibus, escolhem participar. Isso é saúde mental, é dignidade. O convívio é a chave para envelhecer bem. Estar junto faz diferença na vida de todos nós”, reforça Valdemar.