As Vigilâncias Sanitárias do Estado e do município de São Paulo, em parceria com a Polícia Civil, realizaram a interdição total de dois estabelecimentos da capital paulista ontem (30), após o registro de casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas. Em São Bernardo do Campo, um bar também foi interditado pela vigilância. As ações são cautelares e o envolvimento dos estabelecimentos com os casos é investigado.
O Governo de São Paulo anunciou ontem a criação de um gabinete de crise para atuar nos casos de intoxicação por metanol. Foram confirmados sete casos de intoxicação pela substância até agora, com suspeita de consumo de bebida adulterada. Outros 15 registros seguem em investigação. Até agora, foram registrados cinco óbitos, sendo um confirmado na capital e quatro ainda em análise.
Em São Paulo, os bares interditados estão localizados nos bairros dos Jardins e Mooca e passaram por fiscalização na segunda-feira (29), resultando na apreensão de mais de 100 garrafas de bebidas sem rótulos e sem comprovação de procedência.
Em São Bernardo do Campo, a interdição feita ontem resultou na apreensão de garrafas de bebidas encaminhadas para perícia policial.
Fiscalizações
Na zona Sul da capital, no bairro Planalto Paulista, um minimercado passou por fiscalização que resultou na apreensão e interdição de mais de 40 garrafas de whisky, gin e vodca. O representante do estabelecimento foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos.
Na região do M’Boi Mirim, uma distribuidora teve suas atividades de comércio interditadas parcialmente, vetando a comercialização de bebidas alcoólicas. Parte dos produtos destilados foi lacrada no local. Os proprietários foram orientados a apresentar as notas fiscais correspondentes para comercialização.
Conheça sinais e sintomas
A intoxicação por metanol é grave, pode levar à cegueira permanente e até a óbito. O metanol pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas, além de produtos como combustível, solventes e líquidos de limpeza.
De acordo com o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, todas as unidades de saúde do estado estão preparadas para lidar com a situação. “O tratamento depende do estado em que a pessoa vai chegar. Se for no início, o antídoto resolve plenamente. Dependendo, pode ter que ser feita uma hidratação e uso de medicamentos para acidose metabólica. O importante é notificar e tratar adequadamente o mais precoce possível”, disse o secretário.
De acordo com a pasta, o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico imediato, realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. Os sintomas de alerta são dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. O socorro em até seis horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento.