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quinta-feira, 6 novembro, 2025

Especialista destaca avanços após o diagnóstico de câncer de próstata

O Novembro Azul, mês dedicado à conscientização sobre a saúde do homem, traz a oportunidade de desmistificar a ideia de que o diagnóstico e o tratamento de doenças como o câncer de próstata significam o fim da qualidade de vida e da atividade sexual do paciente. Graças a avanços terapêuticos significativos, homens diagnosticados com câncer de próstata podem hoje almejar uma vida longa, ativa e com bem-estar, mesmo durante o tratamento.

Segundo o oncologista clínico Daniel Vargas, o câncer de próstata é uma doença que muitas das vezes pode ter progressão lenta e, mesmo para cenários de maior agressividade, atualmente existem tratamentos mais modernos, permitindo que o paciente viva por muitos anos após o diagnóstico. “Hoje trabalhamos com o termo “cronificar o câncer de próstata”, ou seja, transformá-lo em uma condição controlável, com o mínimo impacto possível no dia a dia do paciente. A tecnologia evoluiu muito, trazendo tratamentos mais eficazes e, ao mesmo tempo, mais seguros, com menores chances de efeitos colaterais”, explica.

Um dos maiores temores dos homens ao receber o diagnóstico é a perda da função sexual e a deterioração da qualidade de vida. Tradicionalmente, tratamentos como terapia de supressão de testosterona (ADT) impactam significativamente a libido e a função erétil. No entanto, a medicina evoluiu.

Entre os avanços mais relevantes estão a precisão dos aparelhos modernos de radioterapia e das plataformas de cirurgia robótica. Essas tecnologias permitem que o tratamento poupe os tecidos saudáveis ao redor da próstata, reduzindo significativamente o risco de efeitos adversos como incontinência urinária e impotência sexual.

 “Hoje, temos modalidades terapêuticas que conseguem manter a atividade sexual, oferecendo uma alternativa crucial para pacientes que não querem ou não podem mais receber o ADT”, explica Vargas. Ele ressalta que, especialmente para homens que tem uma vida sexual ativa, essa possibilidade é um divisor de águas.

Além disso, optar por boas opções terapêuticas desde o início do tratamento pode ajudar a atrasar a progressão da doença, especialmente o desenvolvimento de metástases. Recentemente foram apresentados os resultados do estudo clínico de fase 3 Embark, que incluiu pacientes com câncer de próstata hormônio-sensível não metastático com recorrência bioquímica de alto risco.

O estudo mostrou que intensificar o tratamento com a combinação de enzalutamida e leuprorrelina (ADT) reduziu o risco de morte dos pacientes em um pouco mais de 40% em comparação ao uso isolado de ADT. Após oito anos de acompanhamento, 78,9% dos pacientes tratados com a combinação estavam vivos, contra 69,5% dos que receberam apenas ADT. A análise final não identificou novos riscos de segurança, reforçando o perfil conhecido do tratamento.¹

Vargas destaca ainda que o cuidado com a saúde vai muito além das terapias. “A prática de atividade física é uma das ferramentas mais poderosas que o paciente diagnosticado tem a disposição. Ela reduz a chance de recidiva do tumor, diminui os efeitos colaterais do tratamento e melhora a qualidade de vida durante todo o processo, ainda com o benefício adicional de praticamente não ter contraindicações nem efeitos adversos”, afirma.

O Novembro Azul é um momento para reforçar a importância da informação e do diálogo aberto sobre o câncer de próstata. Com acompanhamento médico contínuo e acesso a terapias modernas, é possível viver com dignidade, bem-estar e qualidade de vida.

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