Um levantamento nacional realizado pela Pés Sem Dor, empresa especializada em palmilhas sob medida, analisou 722.462 avaliações biomecânicas feitas em todo o Brasil, em 2025, e revelou um cenário preocupante sobre a saúde dos pés dos brasileiros. De acordo com os dados, o joanete é a patologia mais prevalente, afetando 66,8% das pessoas avaliadas, o equivalente a dois em cada três brasileiros.
Além do joanete, outras alterações estruturais do pé aparecem com alta frequência. 37% da população apresenta pé chato, condição em que o arco plantar é reduzido, enquanto 17,7% têm pé cavo, quando o arco é excessivamente elevado. Essas deformidades alteram a distribuição do peso corporal e estão diretamente associadas a dores e sobrecarga nas articulações.
As dores nos pés também são recorrentes: 31,4% dos avaliados relatam dor no calcanhar, uma das principais queixas clínicas, e 13,4% sentem dor no arco plantar. Já as dores nos dedos, incluindo dedão e demais dedos, atingem 2,7% da base, geralmente associadas a deformidades estruturais e uso prolongado de calçados inadequados.
Outro dado relevante é a incidência de artrite e artrose, identificada em 20,1% dos brasileiros avaliados. Essas condições articulares tendem a ser agravadas por impacto repetitivo e desalinhamentos da pisada, o que reforça a importância de intervenções preventivas e corretivas desde os pés.
O levantamento também chama atenção para grupos que exigem cuidado especial. Quase 10% dos avaliados (9,7%) são pessoas com diabetes, público que apresenta maior risco de complicações nos pés, como feridas, perda de sensibilidade e dificuldade de cicatrização. Já os casos de diferença de comprimento entre as pernas, que impactam diretamente a postura, aparecem em 1,2% da base.
A análise dos dados mostra ainda que o perfil das patologias é influenciado pelo predomínio feminino nas avaliações, já que 65,8% das pessoas analisadas são mulheres. Alterações como joanete e pé chato são mais comuns nesse público, em parte devido a fatores biomecânicos, hormonais e ao histórico de uso de calçados estreitos ou com salto.
Segundo a equipe técnica da Pés Sem Dor, o estudo revela que as deformidades estruturais dos pés são a base de grande parte das dores relatadas, funcionando como um efeito cascata que pode atingir tornozelos, joelhos, quadril e coluna. “Quando a pisada não está bem distribuída, o impacto se propaga pelo corpo. Muitas dores que parecem isoladas começam, na verdade, nos pés”, explica a equipe.
Os dados reforçam a importância da avaliação biomecânica preventiva, que permite identificar alterações antes que elas evoluam para quadros de dor crônica ou limitação de movimento, além de orientar o uso de soluções personalizadas, como palmilhas sob medida, para correção da pisada e melhora da qualidade de vida.




