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quarta-feira, 12 março, 2025

Camarão do litoral de SP está contaminado com microplásticos

Um estudo em fase preliminar divulgado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp), revelou que 90% dos crustáceos coletados no litoral de São Paulo estavam infectados com microplásticos em seu gastro intestinal, com destaque para o camarão-de-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri).
Chamado de Programa Biota, a pesquisa está sendo realizada em duas regiões: a Baixada Santista, que abrange áreas industriais, portuárias e pesqueiras, e Cananeia, no litoral sul de São Paulo, com menos intervenção humana.
As amostras começaram a ser coletadas ainda em 2023, com o objetivo de avaliar tantos os riscos ecológicos quanto os possíveis impactos para a saúde humana dessa poluição.
Até o momento, de todos os camarões coletados pelo estudo, em até 90% deles foi observada a presença de microplásticos. Embora a quantidade varie entre os locais, a porcentagem alta de contaminação levanta questões sobre a consequência a longo prazo para os consumidores e para o meio ambiente.
A pesquisadora do projeto, Daphine Ferrera, explica que a proposta é analisar a contaminação dos crustáceos em diferentes ambientes. “Os camarões, por se alimentarem de detritos do mar, estão expostos a grandes quantidades de microplásticos presentes nos sedimentos marinhos, tornando-os modelos ideais para o estudo”.
Segundo a pesquisadora, o primeiro passo do estudo é avaliar a quantidade de microplásticos no trato gastrointestinal dos camarões. Outro ponto essencial é identificar se essa presença impacta também a qualidade nutricional desses animais, que será a próxima fase do projeto. “A análise buscará saber se esses microplásticos estão se acumulando em outros tecidos, como na musculatura, que é justamente a parte mais consumida pelos humanos”.
O estudo também compreende crustáceos decápodes, que incluem camarões, siris, lagostas, lagostins e caranguejos e seus diferentes aspectos, como ciclos de vida, reprodução, organização populacional e processos evolutivos.
Os microplásticos são pequenas partículas com menos de 5 milímetros de tamanho responsáveis por 92,4% dos detritos de plástico marinho.
A presença desse tipo de poluição coloca em risco a saúde tanto dos seres humanos que consomem frutos do mar, quanto para o próprio ecossistema marinho.

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