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sábado, 22 março, 2025

Inflação dos itens essenciais impacta cada vez mais o orçamento das famílias

Você já parou para pensar quanto sobra na sua conta após pagar as contas essenciais como aluguel, luz, água, alimentação e transporte?

Um estudo realizado pela economista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria, revela que a renda disponível do brasileiro após os gastos com itens básicos tem diminuído ao longo dos últimos anos.

Em dezembro de 2023, o percentual da renda disponível foi de 41,87%, uma queda em relação a 2022, que foi de 42,45%. E, dez anos antes, esse valor era ainda maior: 45,5%. Isso reflete uma significativa perda do poder de compra das famílias brasileiras ao longo da última década, mostrando como o aumento do custo de vida tem impactado a capacidade de consumo da população.

De acordo com o estudo, a queda mais acentuada da renda disponível ocorreu durante a pandemia de Covid-19, com o índice caindo para 40,39%. No entanto, houve uma recuperação significativa ao longo de 2022 e 2023. Em 2024, os números voltaram a apresentar queda, o que demonstra uma instabilidade na economia das famílias brasileiras.

Até o momento, em 2025, os dados mostram um leve avanço em relação aos meses anteriores, mas, na comparação anual, os números continuam em declínio. Esse cenário reflete um agravamento da situação financeira das famílias, como explica Isabela Tavares. O estudo evidencia que, apesar de alguns sinais de recuperação pontual, a pressão econômica sobre os brasileiros persiste.

A inflação do básico

O ano de 2024 foi marcado por um recorde de pessoas ocupadas no Brasil, com uma taxa de desemprego que atingiu os níveis mais baixos da história, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses números indicam uma recuperação do mercado de trabalho, após períodos de dificuldades econômicas, e refletem uma melhoria na ocupação e formalização do emprego no país.

No contexto de crescimento do rendimento dos trabalhadores em 2024, o aumento não foi suficiente para alavancar o poder de compra das famílias, principalmente devido à inflação, que afetou especialmente os alimentos e pressionou ainda mais o orçamento doméstico.

O estudo de Isabela Tavares destacou que a inflação dos itens básicos subiu 5,8%, superando o índice geral de 4,8%. Isso impactou principalmente as famílias de baixa renda, que enfrentam uma percepção negativa sobre a economia. Tavares explica que, ao observar o IPCA geral (índice oficial de inflação), a diferença pode parecer pequena, mas, considerando a inflação mais alta já vivida no Brasil, a pesquisa focou em uma cesta de consumo básico – composta pelas maiores despesas das famílias – para mensurar o impacto real no orçamento.

A pesquisa levou em conta o peso de cada item ou serviço no orçamento das pessoas, conforme a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, e a variação mensal da inflação desses produtos e serviços. Isso ajudou a mostrar como a inflação dos itens essenciais tem comprometido ainda mais o dia a dia da população brasileira.

O estudo revelou que, para a população das classes D e E, o gasto com itens essenciais comprometeu quase 80% da renda no final do ano passado. Esse dado evidencia como os gastos com alimentos, transporte, energia e outros produtos básicos têm impactado significativamente o orçamento dessas famílias, deixando pouco espaço para outras necessidades ou investimentos. A pressão da inflação sobre os itens essenciais tem afetado especialmente as camadas mais vulneráveis da sociedade, ampliando as dificuldades financeiras e reduzindo o poder de compra dessas populações.

“As classes mais baixas gastam mais com itens essenciais porque suas despesas estão majoritariamente voltadas para isso. Elas gastam menos com consumo de bens como vestuário, eletrodomésticos, serviços, viagens e até com **investimentos”, explica Isabela Tavares.

Ela complementa, dizendo: “Apesar de um mercado de trabalho positivo e acesso ao crédito, o preço dos produtos impacta muito o consumo. Este é um dos fatores que mais afeta, pois, se há uma pressão sobre itens básicos, o que sobra para consumir outras coisas fica cada vez mais reduzido.”

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