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segunda-feira, 23 junho, 2025

Férias escolares e obesidade infantil: como prevenir o ganho de peso

A obesidade infantil é uma realidade crescente no Brasil. Dados do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde indicam que 12,9% das crianças entre 5 e 9 anos no país apresentam a condição, assim como 7% dos adolescentes entre 12 e 17 anos. Já o Atlas Mundial da Obesidade traz um dado alarmante: até 2035, cerca de 50% das crianças e adolescentes entre cinco e 19 anos poderão apresentar sobrepeso.
Aline Villela, nutricionista pediátrica, explica que esse aumento se deve a diversos fatores, sendo os principais o maior consumo de alimentos ultraprocessados, a rotina cada vez mais corrida das famílias, o excesso de telas e a falta de atividade física. “Além disso, ainda há pouca educação alimentar nas escolas e em casa. Muitos pais, por falta de tempo ou informação, acabam recorrendo a lanches prontos e práticos, mas pouco nutritivos”, pontua.
E, segundo a especialista, a chegada das férias escolares representa um período crítico em relação ao ganho de peso. “Observamos que, durante as férias, a rotina costuma desaparecer: os horários de sono mudam, a alimentação fica desorganizada e o tempo em frente às telas aumenta. Além disso, há mais acesso a guloseimas, fast food e menos atividades físicas regulares. O consumo excessivo de doces, refrigerantes, salgadinhos e lanches fora de hora é preocupante. Muitas vezes, as crianças ficam ociosas e acabam ‘beliscando’ o dia todo, o que contribui para o excesso calórico”, alerta.
No entanto, as férias também podem ser uma oportunidade de fortalecer hábitos saudáveis e promover conexões em família. “Cozinhem juntos, comam à mesa, conversem sobre alimentos e sentimentos. São pequenas atitudes que fortalecem vínculos e criam memórias saudáveis para o corpo e o coração”, sugere, salientando que o “segredo” está no equilíbrio e no exemplo. “É possível curtir um sorvete em família, mas também preparar receitas saudáveis juntos, como picolés de frutas naturais, muffins integrais ou sanduíches divertidos. Envolver a criança na escolha e no preparo dos alimentos estimula o interesse e a aceitação, equilibrando momentos de lazer com escolhas alimentares mais saudáveis.”
A obesidade infantil impacta a saúde física e emocional das crianças a curto e longo prazo, podendo levar a hipertensão, colesterol alto, diabetes tipo 2 e alterações ortopédicas. “No aspecto emocional, é comum que crianças com excesso de peso enfrentem bullying, baixa autoestima e até quadros de ansiedade e depressão. A longo prazo, o risco de doenças crônicas na vida adulta aumenta”, salienta Aline.
A nutricionista orienta os responsáveis a ficarem atentos a alertas, como roupas apertadas, mudanças no comportamento alimentar (comer por tédio ou emoção), cansaço ao brincar ou resistência em se movimentar. “O ideal é acompanhar o crescimento com um profissional. Não se trata apenas de focar no peso, mas no desenvolvimento global da criança, qualidade de vida e exames de rotina.”
Para evitar exageros durante o período de férias, ela elenca estratégias:
Ajuste as escolhas de acordo com o local onde a família passará as férias;
Mantenha uma rotina de horários, mesmo que mais flexível;
Tenha alimentos saudáveis acessíveis em casa, como frutas cortadas e snacks naturais;
Planeje o cardápio da semana com antecedência;
Combine com a criança os momentos para consumir alimentos fora da rotina, evitando excessos diários.
“O corpo da criança foi feito para se movimentar. Transforme a atividade física em brincadeira: gincanas, circuitos no quintal, danças, passeios ao ar livre, andar de bicicleta ou até cozinhar em pé, como uma ‘missão’. O importante é movimentar o corpo com prazer, sem cobrança. Quando a criança passa horas em frente à TV, celular ou videogame, gasta menos energia e tem mais chances de ganhar peso. O sedentarismo também afeta o humor, o sono e o apetite”, conclui.

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