O trabalho “Saúde como idioma: um relato de experiência da formação para a humanização no atendimento a migrantes e refugiados”, de autoria de Alcione Vendramin Gatti, Gabriela Schulz Souza, Mariana Brunhara de Moraes, Adriano Pires Barbosa e Marília Jesus Batista, foi apresentado no Congresso Brasileiro de Educação Médica (Cobem) e recebeu menção honrosa pela relevância da iniciativa.
A proposta nasceu de projetos de iniciação científica que identificaram a barreira da língua como um dos principais entraves para migrantes e refugiados acessarem os serviços de saúde. Para enfrentar esse desafio, um grupo de estudantes de Medicina organizou uma atividade de extensão em um centro de recepção chamado Cesprom (Centro Scalabriniano de Promoção do Migrante)em Jundiaí, oferecendo aferição de pressão arterial, glicemia capilar, consultas médicas e orientações em saúde.
Participaram 10 alunos voluntários e três docentes. “Mais do que realizar procedimentos clínicos, os estudantes precisaram desenvolver estratégias de comunicação – com uso de aplicativos de tradução, apoio entre colegas e escuta ativa – para garantir um atendimento efetivo e acolhedor”, explica a docente uma das autoras, Marília Jesus Batista.
Para os docentes que acompanharam a atividade , o contato com diferentes culturas e histórias de vida ampliou o olhar dos futuros médicos, estimulando empatia e compreensão da saúde para além dos parâmetros biomédicos. “A experiência reforçou a importância de formar profissionais preparados para lidar com a diversidade cultural, social e linguística presente no SUS”, explica Marilia.
A iniciativa também ressaltou o papel do tripé ensino, pesquisa e extensão na construção de uma medicina mais humanizada e inclusiva.