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terça-feira, 28 outubro, 2025

Adeildo pode ser cassado por deboche; faltou decoro

O prefeito de Campo Limpo Paulista, Adeildo Nogueira, deverá enfrentar uma situação bem adversa nos próximos dias. Por causa de sua fala desastrada e infeliz durante uma live (internet), quando se referiu a uma paciente com câncer de mama como “calvinha” (uma alusão aos efeitos de quimioterapia), grileira e invasora, um grupo de vereadores deverá pedir a cassação de seu mandato.

O pedido deverá ser baseado no artigo 4 do decreto 201/67, que diz: “São infrações político-administrativas dos prefeitos municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo”. E as provas são irrefutáveis – tudo está gravado em vídeo.

O vídeo inundou as redes sociais e repercutiu em todo o Brasil. Jornais publicaram o fato, houve moção de repúdio na Assembleia Legislativa de São Paulo e artistas se manifestaram em defesa da mulher ofendida pelo prefeito – Márcia Regina de Souza, de 52 anos, que há três faz tratamento contra o câncer de mama. No sábado, houve protestos em frente ao Paço.

Segundo Márcia, a Prefeitura nega fornecer medicamentos, que são caros. A negativa teria motivação política, uma vez que Márcia foi funcionária da Prefeitura na administração passada. Um boletim de ocorrência já foi registrado, e o Ministério Público deverá receber queixa-crime contra Adeildo.

Só problemas

Desde que assumiu a Prefeitura, Adeildo coleciona problemas. Nos primeiros dias de sua administração, publicou um decreto de calamidade financeira, em vigor até hoje – o que não condiz com a situação atual. E isso foi admitido publicamente pelo seu secretário de Finanças.

Por ordem de Adeildo, a Prefeitura assumiu a gestão do Hospital de Clínicas, que até então era feita por uma OSC. Com Adeildo, o hospital se tornou um desastre – falta de medicamentos, falta de funcionários, funcionário sem registro e atrasos nos pagamentos de salários. Não faltam reclamações sobre demora no atendimento e descaso com pacientes.

Por causa disso, o Sindicato da Saúde entrou na história. Já registrou boletim de ocorrência e já procurou o Ministério Público. A Prefeitura, via de regra, nega os problemas. Segundo as notas oficiais, a cidade é um paraíso. Mas o hospital, que nas mãos da OSC custava R$ 4,5 milhões por mês, agora custa aproximadamente R$ 7 milhões.

Nepotismo

Na administração passada, quando o prefeito era Luiz Braz, a Prefeitura abriu concorrência para duplicar a Avenida Alfried Krupp. O projeto original previa duas fases – a primeira, duplicação do trecho entre o Hospital de Clínicas e a sede da Polícia Militar, com custo de R$ 6,5 milhões. A segunda, duplicação do trecho do hospital até a Sabesp. O projeto previa a construção de uma ponte, em frente ao hospital.

Adeildo, que sucedeu Braz, mudou tudo, embora já tivesse sido emitida a Ordem de Serviço para a obra. Resolveu construir duas pontes e levar o caso em “banho-maria”. Mas aí aconteceu outra coisa: um dos secretários da Prefeitura procurou o dono da empreiteira exigindo que seu irmão fosse nomeado engenheiro responsável pela duplicação. E isso se chama nepotismo, também passível de cassação do mandato.

Além disso, o fato de modificar o projeto original causou outros dois problemas – a Cetesb não aprova a construção da segunda ponte. E a empreiteira está cobrando R$ 330 mil pelo novo projeto. Dinheiro que a Prefeitura diz não ter.

Um detalhe: não adianta reclamar; o prefeito bloqueia quem lhe faz críticas.

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