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sexta-feira, 19 abril, 2024

Tome um calmante. Vão mexer na sua aposentadoria

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A idéia é acabar com o fator previdenciário, a tormenta dos aposentados. Mas vai ficar pior ainda
Toda vez que o governo pensa em alguma coisa não é para ajudar. Agora resolveu mexer na aposentadoria de novo. Já tem ministro negociando com sindicatos e centrais sindicais uma nova fórmula de cálculo da aposentadoria. Não vai ser fácil – a burocracia da Previdência Social é contra qualquer coisa que a tire da zona de conforto.
É uma fórmula simples, que já foi ensaiada uma vez e morreu em alguma gaveta em Brasilia. A idéia é somar a idade com o tempo de serviço. Para homens, seria 95, e para mulheres, 85. Assim, se um sujeito trabalhou 45 anos vai precisar de mais 40 pra se aposentar sem perder dinheiro. Coisa que só Matusalém conseguiria. O mesmo vale pra mulherada, só que teria de chegar a 85.
O fator previdenciário foi criado em 1999 com único objetivo: desestimular as pessoas a se aposentar. E desestimula mesmo – as perdas, em alguns casos, chegam a 40%. Dona Dilma meteu o bedelho e diz que só aceita acabar com o fator se alguém encontrar uma fórmula de cobrir o gasto – no ano passado, segundo o próprio governo, o rombo da Previdência foi de R$ 42 bilhões, já incluída a roubalheira de costume.
Muita gente entende que a discussão é só fogo de palha, e nada vai mudar. O governo discute para dar uma satisfação ao trabalhador, mostrar que está preocupado, mas no fundo quer arrecadar mais.
O fator previdenciário, por exemplo, é bom pro governo – desde que foi colocado em prática, a Previdência deixou de pagar R$ 15 bilhões. Esse teatrinho faz-de-conta não inclui na Previdência o que o INSS arrecada fora dos salários – são as taxas para construção e reforma, principalmente. Se alguém construir um galinheiro a Previdência vai querer sua parte.
A idéia de mudar a aposentadoria é antiga, mas sempre morre porque não interessa. Durante o governo Lula, o Congresso chegou a aprovar o fim do fator previdenciário. Lula vetou porque não havia uma fórmula para substitui-lo. Tudo combinadinho: vocês jogam pra torcida, aprovam a mudança e eu seguro o rojão aqui.
Outra idéia de jerico que circula em Brasilia é estabelecer idade mínima para aposentadoria, não importando o tempo trabalhado. Em 2011, o então ministro da Previdência Garibaldi Alves (aquele que quando fala parece ter uma batata quente na boca) negociou a idéia com algumas centrais sindicais. Perdeu feio.
A Medida Provisória que dona Dilma mandou para o Congresso já mexeu nas pensões. O governo entendeu que os velhinhos são culpados de tudo porque quando ficam viúvos casam de novo, e com mulheres mais novas. E aí, quando os velhinhos morrem, a viúva fica com a pensão. Ficava. Sábado, dia 28, é o último dia pra morrer e deixar a pensão. Depois disso, vai entrar um monte de cálculo, que sairá à viúva procurar outro pra cuidar da casa do que tentar viver da pensão.
E, para quem está aposentado, ganhando um salário merreca, uma notícia pior ainda: o ex-deputado José Genoíno, condenado por causa do Mensalão, ficou algum tempo na cadeia e agora está em casa. Recebe aposentadoria da Câmara dos Deputados, de R$ 53 mil por mês. Quem mandou você ser honesto?

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