A Responsabilidade de dona Margarete aumentou

A vida nunca foi fácil para Margarete Geraldo Bigardi. Nascida em Jundiaí, morou no Jardim Messina, e como rotina de toda criança, estudou e se tornou adolescente, quando foi trabalhar num escritório de contabilidade.
Um dia conheceu Pedro – em três namorou, noivou e casou. O marido era engenheiro e foi trabalhar na prefeitura de Jundiai. O casal tem uma filha, Patrícia, com 23 anos. Um dia Pedro se envolveu com política, e Margarete comandou o apoio da família à idéia.
O marido tentou diversas eleições, sem sucesso, e Margarete estava presente nas campanhas. E ainda levava a filha, ainda pequena, consigo. Um dia Pedro se elegeu deputado estadual, e aí Margarete se tornou esposa do deputado. “Não mudei nada, continuei e continuo sendo a mesma”, diz ela.
Há três anos, quando Pedro se candidatou à prefeitura, Margarete resolveu deixar o salão (ela era cabeleireira) e se dedicar totalmente à campanha. Pedro foi eleito, hoje é o prefeito da cidade e Margarete foi presidir o Fundo Social de Solidariedade – cargo não remunerado, diga-se de passagem.
Aos poucos implantou sua maneira prática de trabalhar. Ela continua a mesma. Perdeu a timidez – usa o microfone com familiaridade em eventos públicos e tira de letra a rotina política do marido. No Fundo, organizou cursos e sem pedir nada, com o tempo muitas empresas foram reconhecendo a qualidade dos cursos de formação profissional e passaram a ajudar.
Exemplo: uma fabricante de lingerie contratou algumas costureiras formadas no Fundo. Quando notaram a qualidade da formação, se interessaram em ajudar e já estão providenciando máquinas e tecidos para futuras costureiras.
Como o marido, sua presença é cobrada pela família – irmãos, principalmente. Mas a responsabilidade aumentou e falta tempo para tudo. Quando sobra, vai pra cozinha. “Adoro cozinhar”, diz ela. E já projeta sua velhice, como uma nona italiana rodeada pela família num domingo de macarronada e porpeta.