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quinta-feira, 28 março, 2024

História sem fim: conta de luz vai aumentar de novo

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No começo de 2015, quando a realidade falou mais alto que as promessas de campanha eleitoral, o governo autorizou aumentos na conta de luz. Até março, a média desses aumentos chegou aos 35%. Na semana passada, a Aneel (Agência Nacional de Eletricidade) autorizou outro aumento para as principais distribuidoras. Com isso, em abril a alta pode chegar a 40%.
O problema não é só o que se paga nas casas. Como a eletricidade está em todos os pontos da produção, a indústria repassa o aumento naquilo que fabrica. O comércio, que absorve esse aumento, também precisa pagar sua conta de luz, e tudo fica embutido no preço final. O frango do domingo, que precisa de refrigeração, acaba ficando mais caro, até porque a granja onde foi criado tem aquecedor e iluminação elétrica.
Como tudo precisa de um culpado, dessa vez foi o tempo ruim, que teve poucas chuvas no ano passado. Sem a água, as represas deixaram de fazer girar as turbinas das hidrelétricas. Para compensar a falta, as empresas passaram a produzir energia usando óleo diesel, bem mais caro – a água era de graça.
Nessa hora entrou a bondade do governo – instituiu o sistema de bandeiras para socorrer as empresas de eletricidade, dando novos aumentos e com aumentos maiores ainda sempre que a bandeira estiver vermelha – ou seja, quando ficar mais caro produzir energia.
A prática é bem diferente do discurso. Em época de campanha, a presidente foi à TV e prometeu baixar preços de um monte de coisas – e a cereja do bolo era a conta de luz. Meses depois mandou uma Medida Provisória ao Congresso, e novamente apareceu na TV dizendo que o desconto na conta de luz seria em média 20%. Era tudo brincadeira.

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