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sexta-feira, 19 abril, 2024

PPS e PSB se preparam para a fusão da discórdia

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Num primeiro balanço, a cúpula do PSB concluiu que tinha 80% dos diretórios no país apoiando a união com o PPS. Agora concluiu que a história não é bem essa. Um grupo do partido, incluindo a deputada federal Luiza Erundina, lançou uma “Proclamação aos Militantes”, contrária à fusão.
“Conclamamos a militância a continuar a luta contra a fusão, pelo que ela representa de atraso e perda política e ideológica”, diz um trecho da proclamação. E até o congresso do PSB, marcado para o dia 20, onde seria anunciada oficialmente a fusão, corre o risco de ser adiado.
Em Jundiaí, também há divergências, nem todas explícitas. O presidente do PSB local, professor Oswaldo Fernandes, diz que por ora o partido não defende o lançamento de candidatura própria a prefeito em 2016. “Há consenso no PSB de não participarmos da terceira via”, diz Oswaldo.
Já o vereador Antonio de Pádua Pacheco, do PSB, defende candidatura própria. “Com a união, há fortalecimento, e o novo partido passa a ser da série A, o que aumenta nossa disposição de ter candidato próprio”, diz Pacheco.
O PPS também quer terceira via. Seu presidente em Jundiaí, vereador Paulo Sérgio Martins, reivindica mais participação. “O PPS quer candidatura própria, a terceira via, e isso já foi debatido por nosso grupo”, diz ele.
Os problemas iriam mais longe. O fato de Oswaldo estar ligado ao deputado estadual do PSDB, que é possível candidato a prefeito no próximo ano, gera intrigas. Ele chegou a ser chamado de dupla função – uma insinuação que ele seria presidente do PSB e secretário do PSDB ao mesmo tempo.
Outro problema é o tamanho dos partidos e o posicionamento de seus integrantes. O PSB tem hoje aproximadamente 900 filiados em Jundiaí. O PPS tem 1.100. “Nossa preocupação agora é a montagem da chapa de vereadores, diz Oswaldo. Teremos 28 candidatos, e só depois vamos tratar da questão da prefeitura”.
O PPS tem um grupo fechado, que tem se reunido com frequência. “Não queremos um partido cubano, queremos participar das decisões”, diz Paulo Sérgio. Mas a fusão é bem vista por todos. “Ficaríamos com dois vereadores – diz Pacheco – e isso aumenta nosso propósito de ter candidatura própria à prefeitura”.
Pacheco entende também que essa seria a hora por outros motivos. “Não acredito que o PSDB vá trair seus eleitores, que escolheram dois bons deputados, um estadual e outro federal. Seria traição deixar o mandato pela metade para concorrer à prefeitura”.
Há também a questão do nome. Paulo Sérgio entende que o novo partido deva se chamar PPSB (Partido Progressista Social Brasileiro). “A fusão é boa, até porque haveria rejuvenescimento de lideranças no novo partido”, afirma ele.
E enquanto fica decidido que nada ficou acertado, os partidos esperam pela convenção do dia 20, que pode não acontecer. Pessoalmente, Paulo Sérgio defende mandato de cinco anos para prefeito, sem reeleição, com eleições coincidindo com as de deputado, presidente, governador e senador.
Mas só depois disso é que as coisas ficam mais claras. Embora não se admita oficialmente, há um grupo dentro do PPS que garante que muda de partido se essa fusão caminhar para outros lados. Ou seja, só depois da convenção é que vai começar o “pega-pra-capar”.
Fusão na marra
No PSB fala-se agora em aprovar uma resolução com o objetivo de garantir uma aliança obrigatória das duas legendas, em todas as cidades nas eleições do ano que vem, e uma atuação em bloco no Congresso Nacional. Enquanto tenta viabilizar a junção das siglas, o PSB faz consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as regras para filiação e desfiliação para casos de fusão, uma das demandas do diretório pernambucano. O PSB quer ter certeza se, no entendimento dos ministros, só a saída de filiados será permitida e não a entrada de novos membros.
Os pessebistas afirmam que a pressa na fusão se dava em virtude da expectativa de fim das coligações proporcionais e do estabelecimento de uma cláusula de barreira mais rígida para os partidos. Com a Reforma Política votada na Câmara, eles acreditam que a fusão “perdeu a emergência”.
“O debate interno no PSB é que caminha para a desaceleração, afirma o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire. Pelo jeito, colocaram água no chopp.
Foto: Paulo Sergio Martins e Antonio de Pádua Pacheco | FOTO JN

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