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quinta-feira, 28 março, 2024

Ou vai ou racha

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Não dá para esconder que estamos atolados. Nem que há muita gente insatisfeita com nossos políticos. Vez ou outra nos insurgimos, e a última, pra valer, foi em 1992. Precisamente num domingo, 16 de agosto, como o próximo.
Naquele domingo de 1992 – coincidentemente um 16 de agosto – milhões de pessoas foram às ruas exigindo o afastamento do então presidente Fernando Collor, o Mentiroso. Nasceram, naquele domingo, os cara-pintadas. Foi a partir daquele domingo que os nobres deputados e senadores resolveram colocar fim à era Collor.
No próximo domingo estão programadas manifestações em todo o país para exigir a saída de Dilma, a Mulher Sapiens. Se tudo correr como o planejado, esse barulho vai dar em nada. Pipocarão fotos e comentários no Facebook e no Instagram. À noite, tudo voltará à anormalidade costumeira.
Discutir-se-ão os resultados dos jogos de futebol, se foi ou não pênalti, se o juiz roubou. Os nobres deputados e senadores rirão de nossas atitudes, pois lhes faltam vergonha e caráter. Dilma, a Enrolada, vai continuar discursando bobagens.
Não é questão de ideologia ou partidarismo. Temos um grande problema e precisamos resolvê-lo. Na última vez que resolvemos não resolver, um grupo de militares resolveu. Era uma solução para seis meses. Durou 20 anos.
Não temos sangue argentino – nosso sangue é de barata. Somos subservientes, aceitamos tudo, não enfrentamos nada. Todo mundo fala mal de políticos, mas basta aparecer um, nem que seja um insignificante deputado, para todo mundo correr abraçá-lo e tirar fotografias para colocar no Facebook. Deslumbre geral.
Os odiados militares tinham 12 ministérios. Hoje temos 40. Ninguém protestou contra tantos ministérios, criados para atender a clientela da Câmara e do Senado. Cobra-se imposto de tudo e ninguém protesta. Nossos nobres deputados e senadores concordam com tudo. O clima é esse, de cada um pensando em si.
Fazer barulho para dar em nada não vale a pena. Se alguém quer mesmo derrubar o governo, melhor se organizar, enfrentar, exigir, fazer greve geral, instaurar a anarquia. Coisas que jamais faremos, porque aqui tudo é festa, tudo é Facebook. Escolhemos ser o melhor entre os piores, e não o pior entre os melhores.
Um dia, quem sabe, talvez, teremos políticos honestos e competentes. Escolheremos com critérios, e não com emoção. Pagaremos impostos com satisfação, sabendo que há retorno para isso. Mussolini tinha razão: “Melhor viver um dia de leão do que cem anos de cordeiro”. Do jeito que está, nem vai nem racha.

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